As duas maiores economias da América Latina, Brasil e México, discutem adensamento das relações econômicas no Fórum Empresarial México-Brasil, evento promovido pela ApexBrasil
Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao México, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) realizará, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Fórum Econômico México-Brasil, que reunirá autoridades e empresários dos dois países. Com o objetivo de colaborar com as discussões, a Agência apresenta o Perfil de Comércio e Investimentos México, que traz dados sobre a macroeconomia do México e análises sobre o comércio e os investimentos bilaterais.
Relações comerciais Brasil-México:
Em 2023, o comércio bilateral alcançou seu maior patamar histórico, chegando a US$ 14,1 bilhões, valor 14% superior ao de 2022. O México foi o quinto principal destino das exportações brasileiras no mundo no último ano. A pauta exportadora é pouco concentrada. Praticamente todos os grupos de produtos exportados pelo Brasil tiveram crescimento médio anual positivo, entre 2019 e 2023, destacando-se os veículos rodoviários (339,4%). Baixe o estudo e confira os principais produtos exportados.
Oportunidades
As iniciativas de nearshoring têm fortalecido o México como um destino atrativo para multinacionais, devido à sua proximidade e integração comercial com os Estados Unidos. Esse cenário pode abrir oportunidades para o Brasil, possibilitando a integração em cadeias produtivas e aumentando a demanda por insumos brasileiros, especialmente nos setores automotivo e eletrônico, que lideram o crescimento industrial mexicano.
O Mapa de Oportunidades da ApexBrasil também indica que existem, no mercado mexicano, 447 oportunidades para exportações brasileiras. Veja:
Máquinas e equipamentos de transporte (Destaques: Motores de pistão e partes e acessórios dos veículos automotivos).
- Artigos manufaturados (Destaques: Pneus de borracha, papel e cartão e alumínio).
- Produtos químicos e relacionados (Destaques: Medicamentos, incluindo veterinários, chapas e folhas de plástico e produtos de perfumaria).
- Outros (Destaques: Soja, madeira serrada, sacos e bolsas de etileno e calçados de borracha ou plástico).
Acesso ao mercado mexicano
Os Estados Unidos e a China são os principais parceiros comerciais do México, concentrando, respectivamente, 42,8% e 19,1% das importações do país. O Brasil é o sétimo maior fornecedor do México.
Foi no seio da ALADI que o Brasil e o México assinaram os três acordos que regulam suas relações comerciais, quais sejam os Acordos de Complementação Econômica (ACE) 53, 54 e 55.
- O ACE 53 foi assinado entre o Brasil e o México em 2002 e estabelece a eliminação ou redução de tarifas de importação para um universo de aproximadamente 800 posições tarifárias,
- ACE 54 é um Acordo-Quadro que tem como objetivo criar uma área de livre comércio entre os Estados Partes do MERCOSUL e o México.
- O ACE 55 também foi assinado em 2002 entre o Mercosul e o México. No quadro do acordo, o Brasil e o México estabeleceram o livre comércio para o intercâmbio comercial de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões, máquinas agrícolas, autopeças, entre outros.
Investimentos mexicanos no Brasil
Em 2022, o México detinha US$ 12,8 bilhões em estoque de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil, o que faz do país o 20º principal fornecedor brasileiro de investimentos estrangeiros diretos e o 2º na América Latina (atrás do Uruguai).
A maior parte dos investimentos do México no Brasil está alocada em setores das Indústrias de Transformação e em segmentos de Informação e Comunicação. A presença de grandes grupos empresariais mexicanos no Brasil, como a América Móvil, controladora da Claro, e o Grupo FEMSA, engarrafadora mundial da Coca-Cola, explica parte da concentração do IED mexicano nesses setores.
Investimentos brasileiros no México
Em 2023, o estoque de investimentos brasileiros no Mexico totalizou US$ 1,9 bilhão, o que faz do Brasil o 20º principal destino de investimentos do Brasil, 5º na América Latina (atrás de Panamá, Uruguai, Argentina e Chile).
É importante destacar que essa posição do investimento brasileiro no México tende a estar subdimensionada, uma vez que muitos investimentos do Brasil chegam ao México via Estados Unidos e paraísos fiscais, especialmente do Caribe.
Entre 2014 e julho de 2024, as empresas brasileiras anunciaram US$ 2 bilhões em 48 projetos greenfield e US$ 53 milhões em oito acordos de fusão e aquisição no México.
Quer saber mais sobre o comércio e os investimentos bilaterais? Acesse o Perfil de Comércio e Investimentos México
