Com a assinatura do Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e EFTA, os dois blocos facilitarão o comércio entre quase 300 milhões de pessoas, representando um PIB combinado de mais de US$ 4,3 trilhões
De acordo com o Perfil de Comércio e Investimentos - EFTA 2025, elaborado pela gerência de Inteligência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), os países que integram a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) têm potencial para ganhar importância na pauta comercial brasileira, especialmente com a entrada em vigor do acordo com o Mercosul assinado em 16 de setembro. O estudo mostra que dos dez principais grupos de produtos exportados pelo Brasil para o bloco, nove apresentaram crescimento nos últimos cinco anos.
O material apresenta uma análise das relações comerciais e econômicas com os países do bloco (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), incluindo dados sobre investimentos, acesso a mercado e questões regulatórias. A publicação destaca também oportunidades de exportação do Brasil de bens industriais e produtos do agronegócio. Entre os destaques estão: ouro não monetário; máquinas e equipamentos de transporte, como caminhões e tratores; produtos alimentícios, como café não torrado, manteiga, uvas frescas e carnes bovinas; calçados; móveis para quartos de dormir; e esculturas.
O acordo Mercosul-EFTA visa estreitar as relações econômicas entre os países, criando uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um PIB agregado de mais de US$ 4,3 trilhões.
“A assinatura do acordo Mercosul-EFTA representa um marco para a inserção internacional do Brasil. Vamos ampliar o acesso das nossas empresas a mercados estratégicos, altamente exigentes e de elevado poder de compra. Para a ApexBrasil, significa mais oportunidades de apoiar negócios que levam ao mundo a qualidade e a diversidade da produção brasileira. O estudo aponta a direção para nossas empresas, mostrando mercados estratégicos e oportunidades para ganharmos espaço nesse mercado", afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.
Criada em 1960, a EFTA é uma organização intergovernamental que reúne uma população de quase 15 milhões de habitantes e possui um Produto Interno Bruto (PIB) somado de US$ 1,46 trilhão. Os quatro países membros se destacam pelo alto poder aquisitivo, estando entre as maiores rendas do mundo: US$ 98 mil de PIB per capita médio do bloco. Liechtenstein, especificamente, tem o segundo maior PIB per capita do mundo, com US$ 219,8 mil. Além disso, juntos, os quatro países foram o 14º maior mercado importador mundial em 2023, com US$ 471,8 bilhões em compras.
Acordo Mercosul-EFTA
O Acordo de Livre Comércio (ALC) cobrirá o comércio de bens e de serviços, investimentos, direitos de propriedade intelectual, compras governamentais, concorrência, regras de origem, defesa comercial, medidas sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas ao comércio e mais.
O ALC prevê ainda concessões relevantes para carnes (bovina, de aves e suína), açúcar, mel, frutas (melões, bananas, uvas frescas), sucos (suco de laranja), café solúvel e outros produtos nos quais o Mercosul é competitivo. Além de oportunidades para o agronegócio, o acordo abre mercado também para produtos industrializados como calçados, válvulas cardíacas, móveis de madeira, aviões, couro, instrumentos e aparelhos para medida ou controle de vazão, entre outros.
Investimentos da EFTA no Brasil
O estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) com capital dos países da EFTA no Brasil foi de US$ 65,6 bilhões em 2023 e continua em expansão, registrando um crescimento médio anual de 4,9% nos últimos dez anos. Em termos comparativos, se fossem considerados como provenientes de um único país, esses investimentos colocariam a EFTA na quinta posição entre os maiores investidores no Brasil. Em contrapartida, o estoque de investimentos com capital brasileiro nos países da EFTA somou US$ 17,8 bilhões, valor 52% maior que em 2023.
Acesse o estudo e saiba mais sobre o comércio e os investimentos entre Mercosul e EFTA.