Em missão oficial de uma semana na cidade, as empresas apresentarão seus pitches na quarta-feira (16) em um hub de inovação local
Uma delegação de 15 empresários brasileiros está ansiosa para demonstrar suas soluções ao público de Chicago, em busca dos parceiros certos para negócios na cidade. Na quarta-feira, 16 de novembro, as startups terão a oportunidade de apresentar seus pitches diante de um painel de investidores locais, no 1871, um hub tecnológico local.
As empresas foram selecionadas e apoiadas pelo Programa StartOut, uma realização da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com Ministério da Economia, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). A seleção das startups foi realizada com base no grau de maturidade e inovação que apresentam. Elas receberam treinamento intensivo e orientação para se preparar para a missão, além de serem apoiadas pelo Consulado Geral do Brasil em Chicago.
Muitas das startups já operam fora do Brasil, e até mesmo em outras partes dos Estados Unidos. Agora, querem desbravar o mercado do meio-oeste norte-americano. Elas apresentam soluções em diferentes setores, desde agtechs e biotechs, até HRtech, edtech, gestão, eventos e marketing.
Com base em pesquisas aprofundadas, as agtechs e biotechs brasileiras podem causar grande impacto na cadeia de produção de alimentos. Uma delas, a Nanox, por exemplo, é capaz de dobrar a vida útil dos alimentos usando antimicrobianos inorgânicos à base de prata (mais seguros e mais eficientes), que podem ser incorporados a uma ampla gama de materiais, tornando-os livres de bactérias, fungos e vírus. Já a Krilltech desenvolve nanofertilizantes biodegradáveis, que aumentam a produtividade e qualidade das colheitas, enquanto a Digifarm fornece uma plataforma digital que apresenta recomendações inteligentes personalizadas sobre saúde e nutrição vegetal para seus clientes.
Acessibilidade e diversidade também são grandes preocupações para as startups brasileiras que utilizam tecnologia para permitir a inclusão e mitigar os preconceitos. A Key2enable, uma edtech que já ganhou vários prêmios no mundo inteiro e está instalada nos Emirados Árabes Unidos, oferece um teclado que permite que pessoas com qualquer tipo de deficiência motora tenham acesso total a computadores, tablets e smartphones. Suas soluções dão autonomia às pessoas com impedimentos motores ou de fala, capacitando-as, desenvolvendo suas habilidades e dando-lhes a oportunidade de serem incluídas em salas de aula e em trabalho regulares.
Na área de HRtech, a Jobecam fornece uma plataforma que permite o recrutamento digital inteligente, o que otimiza o processo de contratação. Ele classifica os candidatos através de inteligência artifical aplicada a entrevistas, que substitui a imagem e a voz original dos candidatos por avatares, o que evita vieses inconscientes, facilitando que clientes alcancem metas de diversidade. Esses são apenas alguns exemplos da variedade de soluções que as 15 empresas brasileiras apresentam.
Ecossistema brasileiro de inovação
O Brasil é pioneiro quando se trata de inovação. Durante décadas, suas agências e instituições têm liderado pesquisas inovadoras em novas tecnologias em todos os principais setores econômicos. O setor de startups, especificamente, ganhou tração na última década e, desde então, mais de 20.000 startups surgiram no ecossistema.
Desde 2018, grandes empresas de investimento encontraram na América Latina um terreno fértil para negócios inovadores. Este foi o ano em que a primeira startup brasileira - o app de transporte 99 - alcançou o status de unicórnio (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão).
Até hoje, 30 unicórnios já surgiram no Brasil. Somente em 2021, 11 startups de múltiplos setores atingiram esse patamar. Atualmente, o país ocupa a nona posição mundial em termos de número total de unicórnios, o que o coloca à frente de países como Coréia do Sul, Cingapura e Japão. Até 2026, espera-se que 100 startups brasileiras alcancem esse status.
Os principais setores de startups no Brasil são edtech, healthtechs e life and science tech, fintech, agtech e e-commerce. Cerca de um terço dessas startups já estão em fase de crescimento ou de expansão. O alto desempenho do ecossistema se reflete na busca de novos mercados, de modo que hoje cerca de 18% das startups brasileiras já operam no exterior, e espera-se que este número cresça nos próximos anos.