Entre os dias 23 e 25 de junho, a capital da Nigéria, Abuja, receberá mais de 70 empresários brasileiros que participarão de um fórum empresarial promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) como parte da missão promovida pela agência, o Ministério de Relações Exteriores (MRE) e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Um dos principais objetivos da missão, alinhada à diretriz do Governo Federal de reaproximação com o continente africano, é consolidar a posição do Brasil como parceiro estratégico da Nigéria nos desafios de garantir segurança alimentar e cooperar na transição energética.
Empresas brasileiras dos setores de agronegócios, processamento de alimentos, energia, tecnologia da informação e comunicação e saúde são alguns dos setores prioritários da missão, buscando oportunidades de cooperação, transferência de tecnologia, parcerias e aperfeiçoamento de técnicas produtivas.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, afirmou que o Brasil ficou 7 anos afastado do continente africano e registro perdas da ordem de US$16 bilhões em comércio entre os anos de 2013 e 2020. “O trabalho tem sido redinamizar o comércio e buscar novas formas de cooperação, gerando ganhos para ambos os lados. Segundo Viana, em 2024, as exportações para a África registraram alta de 20% e o continente segue como prioridade.
Histórico
A estratégia de reaproximação comercial do Brasil com a África iniciou-se a partir do Encontro dos Setores de Promoção Comercial (SECOMS) das embaixadas do Brasil na África. Desde então, várias agendas comerciais foram realizadas no continente. O primeiro passo foi dado com o Fórum Empresarial Angola-Brasil, realizado durante a visita de Estado do presidente Lula à Angola. Já em 2024, a ApexBrasil, em parceria com as agências de promoção comercial de Angola (AIPEX), África do Sul (DTIC), Moçambique (APIEX) e Tanzânia (TanTrade), realizou a Missão Brasil-Africa Solutions, que movimentou R$104,8 milhões em negócios para empresas brasileiras, somando as vendas imediatas e as esperadas para os 12 meses subsequentes. Durante o ano, o país também voltou a marcar presença nos grandes eventos comerciais africanos, com a participação brasileira na Africa’s Big 7, na Feira Internacional de Luanda (FILDA) e na Feira Internacional de Moçambique (FACIM). Já em 2025, a ApexBrasil já promoveu uma missão empresarial nos meses de janeiro e fevereiro para a África Ocidental, com agendas na Nigéria, Gana, Costa do Marfim e Senegal e também no Magrebe, em maio e junho, com compromissos na Argélia, Tunísia e Marrocos.
Perfil de Comércio e Investimentos
A corrente de comércio entre Brasil e Nigéria, que em 2014, foi de US$ 10 bilhões, está atualmente no patamar dos US$ 2,1 bilhões. Isso é o que aponta o Perfil de Comércio e Investimentos Nigéria, estudo da Inteligência de Mercado da ApexBrasil. Além do desafio de recuperar o dinamismo comercial, existe o desafio de diversificar as exportações brasileiras, hoje concentradas em açúcar e melaços, grupo de produtos que correspondeu a 73,5% das exportações em 2024. Sendo um dos novos integrantes dos BRICS, com perspectivas de maior abertura comercial e bom retrospecto na importação de aeronaves, o país se posiciona como um mercado estratégico para produtos brasileiros.
O estudo destaca ainda 183 oportunidades para as exportações brasileiras na Nigéria nos setores prioritários de combustíveis minerais, máquinas e equipamentos e produtos alimentícios. Acesse o perfil completo.
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Parceria com a África
Com 54 países e uma população de 1,4 bilhão de habitantes, a África é o segundo continente mais populoso do mundo e apresenta a maior taxa de crescimento demográfico, além de um mercado consumidor em franca expansão. Em 2024, o continente foi o terceiro maior destino de produtos brasileiros, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos, mas à frente da Argentina. Em comparação com 2023, as exportações brasileiras para a região cresceram 20,5%. Apesar da queda nos preços de alguns produtos exportados, esse crescimento se deve ao aumento do volume exportado, resultado dos esforços do MRE, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da ApexBrasil, que têm trabalhado na abertura de novos mercados e na priorização estratégica da região.