Foi inaugurado nesta segunda-feira, dia 18, em Salvador, o novo escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A cerimônia ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), com a presença do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de autoridades locais, representantes do setor produtivo e parceiros institucionais.
Durante a sessão solene, Jorge Viana trouxe números das exportações do estado e a relação direta com os Estados Unidos. “Pegando o pescado como exemplo, a Bahia exporta US$ 11.698 milhões, principalmente para os Estados Unidos, o que gera total dependência. Com sucos de frutas, vegetais e água de coco, a Bahia exporta US$ 28 milhões, sendo US$ 23 milhões para os Estados Unidos, o que representa uma dependência de 83%. É preciso encontrar soluções rápidas, mapear os produtos e trabalhar junto ao setor. No caso do mel, a Bahia exporta US$ 6,7 milhões, sendo US$ 4,6 milhões para os Estados Unidos, com dependência de 68%. Entender os problemas é essencial para encontrar os remédios certos e fortalecer as exportações locais”, destacou.
Já o governador Jerônimo Rodrigues destacou os impactos do cenário global para o estado e a região. “É fundamental que o Brasil, a Bahia e o Nordeste compreendam os diversos conceitos do comércio internacional. O mundo está em guerra, passando por situações difíceis, e os Estados Unidos querem se reencontrar. Se olharmos, é isso: a geopolítica está sendo redefinida”, ressaltou o governador Jerônimo Rodrigues, lembrando que quem não tem informação fica à margem ou perde oportunidades.
O novo escritório fortalece a presença da ApexBrasil no estado e amplia o apoio às empresas baianas nos processos de exportação, internacionalização e atração de investimentos. Segundo André Queiroz, chefe do Escritório da ApexBrasil na Bahia, a abertura é resultado de um trabalho contínuo de aproximação com o setor produtivo local. “A Apex sempre apoiou as empresas baianas. Já atuamos há muitos anos junto a elas e, nos últimos dois anos, ampliamos em mais de 70% nosso apoio. Isso tem sido feito em parceria com a Bahiainveste, Sebrae, FIEB, Governo do Estado e outros parceiros locais. Essa cooperação será agora ainda mais intensa”, afirmou Queiroz.
Durante o painel “Como se preparar e alcançar mercados internacionais”, especialistas da ApexBrasil, representantes da FIEB e da Bahiainveste e empresárias locais apresentaram estratégias e exemplos práticos de inserção no mercado externo. Entre elas, estava Daniela Salles, fundadora da Tem Dendê Gourmet, que está transformando o acarajé em produto de exportação. “Participei de uma rodada de negócios e assim nasceu essa possibilidade de exportar. Aqui em Salvador, já vendíamos para supermercados e restaurantes, até que alguém da Apex enxergou o potencial do produto e me chamou para essa rodada. Foi quando percebi que havia espaço no mercado externo. Mas ninguém ingressa sozinho: Apex, FIEB e Sebrae estão ao meu lado”, destacou Daniela Salles.
Parcerias
Durante o evento, foi lançado oficialmente mais uma etapa do Programa de Qualificação para Exportação da ApexBrasil (PEIEX/BA), que oferecerá atendimento a 350 empresas do estado. Na ocasião, também foram assinados três Memorandos de Entendimento (MOU): um entre a ApexBrasil e o Governo do Estado da Bahia; outro entre a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e a Bahiainveste, agência de desenvolvimento de negócios do estado; e um terceiro entre a ApexBrasil e a Bahiainveste. Além disso, foram firmados o Termo de Cessão entre a ApexBrasil e a Bahiainveste e o Termo de Compromisso entre a ApexBrasil, a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia e o Governo da Bahia.
Potência estratégica
No início de julho, a ApexBrasil divulgou o estudo Oportunidades de Exportações e Investimentos na Bahia. O documento destaca que o estado é um importante exportador: liderou as exportações do Nordeste em 2024, com 43,8% da participação regional e um total de US$ 11,9 bilhões em vendas externas, sendo o nono maior exportador do Brasil. A pauta é dominada pelas indústrias de transformação (63,6%), seguidas pela agropecuária (30,1%). Os principais destinos incluem China e Singapura, que importam soja, celulose e óleos combustíveis, além do Canadá e Estados Unidos.
O número de empresas exportadoras também vem crescendo, com destaque para o aumento expressivo de micro e pequenas empresas nos últimos dez anos. O estudo ainda identificou 3.683 oportunidades tradicionais de exportação em 76 setores e 168 produtos, abrangendo 186 mercados. Na atração de investimentos, sete setores se destacam, especialmente construção, transporte, carga e armazenamento, que têm atraído capital estrangeiro direto.