Nordeste brasileiro pode ser estratégico para transição energética alemã

20/05/2024
Investimentos
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Em contexto de crise climática e conflito na Ucrânia, Alemanha busca parceiros para descarbonizar sua matriz energética, e a ApexBrasil promove seminário e reuniões com o governo alemão, em Berlim, para atrair investimentos em parceira com Consórcio Nordeste

Entre os dias 16 e 17/05, em Berlim, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Ministério da Relações Exteriores (MRE) e Consórcio Nordeste realizaram encontros com governo federal alemão e empresários locais para promover atração de investimentos e cooperação em energias renováveis. Seminários e reuniões com autoridades locais encerram semana de missão de atração de investimentos em energias renováveis para o Nordeste na Europa.

A Alemanha tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2045 e busca parceiros para o fornecimento de energia renováveis e para encontrar novas fontes de energia. “O Brasil tem grandes recursos energéticos, sua  matriz elétrica é um modelo, as empresas alemães estão prontas para trabalhar com as empresas brasileiras e o governo alemão quer apoiar esse processo de desenvolvimento sustentável”, disse o representante do Ministério Federal de Assuntos Econômicos e Proteção Climática da Alemanha, Christian Forwick,  na abertura do Seminário Brazilian Northeast: Green Industry and Energy Transition Investment Opportunities. Forwick ainda destacou os meios disponibilizados pelo governo alemão para esse fomento. “Temos crédito para exportação e linhas de financiamento para projetos verdes, para aprofundar as relações econômicas entre Alemanha e Brasil”. 

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana,  reforçou a correlação entre crise climática, transição energética e desenvolvimento sustentável. “Um país que tem 25% da biodiversidade do mundo e que é uma potência da produção de alimentos não pode ficar de fora do grande debate de nosso tempo que é o das mudanças climáticas. O Brasil e, especificamente, o Nordeste é parte da solução para esse desafio”.  Para Viana, a parceria com a Alemanha precisa avançar e o acordo Mercosul-União Europeia é essencial. “O acordo pode estabelecer o maior mercado do mundo e, nesse contexto, o Nordeste pode fornecer energia para o mundo”.  

Brasil e Alemanha são tradicionais parceiros no comércio e nos investimentos internacionais, mas, conforme o embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe, os dois países podem mais. “As oportunidades oferecidas pelo Nordeste na produção de energia eólica, solar e agora de hidrogênio verde somada parceria tradicional pode tornar a região estratégica para a transição energética da Alemanha”.  

Além da exportação de fontes renováveis de energia, interessa ao Nordeste e ao Brasil que a vantagem comparativa impulsione a instalação de uma indústria de baixa emissão de carbono. “Não queremos só exportar, mas promover a reindustrialização do Nordeste”, afirmou a presidente do Consórcio Nordeste, governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Da mesma forma, o embaixador brasileiro afirmou que “não é possível uma transição energética sem uma transição produtiva. Não se pode manter uma indústria altamente demandante de energia e matéria prima em locais desprovidos desses recursos”. 

Na sexta-feira (17/05), os governadores do Consórcio Nordeste se reuniram com representantes da chancelaria do governo alemão. O encontro teve como foco o Fundo para a Caatinga, destinado à conservação desse bioma. A presidente do Consórcio destacou a oportunidade de estabelecer uma parceria com o governo alemão, que já investe no fundo da Amazônia, para que o governo e empresas alemãs possam também contribuir para a preservação da Caatinga.

Semana de atração de investimentos na Europa 

Entre os dias 13 e 17/05, a ApexBrasil apoiou os governadores do Consórcio Nordeste em sua missão à Europa para atração de investimentos em fontes limpas de energia. A missão teve início na World Hydrogen Summit & Exhibition, em Roterdã, na Holanda e passou pela Bélgica, onde ocorreram reuniões com o governo belga e com a União Europeia, antes de chegar à Alemanha onde foi encerrada (saiba mais clicando nos links).  

A atual presidente fez um balanço da missão internacional. “É uma agenda importantíssima, conectada com o momento que o Brasil vive de comprometimento com a transição energética e com o plano de neoindustrialização, e eu quero agradecer a ApexBrasil em nome do Consórcio por todo o apoio nessa missão”, afirmou Fátima Bezerra.  

Por fim, o presidente Jorge Viana destacou o bom momento do Brasil e como a missão pode alavancar a posição do Brasil como um dos grandes destinos de investimentos internacionais. “O Brasil foi, no ano passado, o segundo endereço de investimentos estrangeiros diretos no mundo, e o eu não dúvida que vai seguir recebendo muitos investimentos, principalmente em energias renováveis”, concluiu Viana.

Tema: Atração de Investimentos Estrangeiros
Mercado: Europa
Setor de Exportação: Não se aplica
Setor de Investimento: Energias renováveis
Setor de serviços: Não se aplica
Idioma de Publicação: Português

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