No sábado, dia 25, ocorreu no auditório do Sebrae, em Rio Branco (AC), o evento de lançamento do Exporta Mais Amazônia. O programa tem como objetivo impulsionar as exportações de produtos compatíveis com a floresta. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), presidida pelo acreano Jorge Viana, tem se esforçado em garantir o aumento das exportações brasileiras, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, as quais, apesar do enorme potencial, ainda exportam em pequena escala.
O seminário de lançamento do Exporta Mais Amazônia contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além de diversas autoridades e representantes de cooperativas e entidades. A programação incluiu painéis com especialistas em economia amazônica e mercado internacional.
Para Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, é crucial que o Brasil expanda suas exportações na Amazônia, criando mais espaço para produtos em consonância com a floresta. Ele enfatizou: 'Não é admissível que a Bolívia exporte 140 milhões de dólares em castanha enquanto a Amazônia exporta apenas 15. Não é aceitável que o Vietnã exporte 600 milhões de dólares em pimenta do reino e, o, Brasil apenas 100. Não é compreensível que a Colômbia exporte mais artesanato do que o Brasil. Estamos falando de diversos setores. Recentemente, abrimos 65 mercados para a carne e a agropecuária brasileiras. Isso foi um trabalho conjunto do presidente Lula, do ministro Fávaro, do nosso governo e da Apex. Aqui estamos lançando o Exporta Mais Amazônia e garanto a vocês que o governo do presidente Lula vai abrir espaço para quem quiser iniciar atividades nessa direção'.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, comentou sobre o projeto do governo: 'Estamos comprometidos em estabelecer um arranjo produtivo focado nos produtos da floresta. Em primeiro lugar, estamos garantindo financiamento. Estamos trazendo o plano safra da agricultura familiar, que possui um componente agroflorestal. O presidente Lula lançou um plano safra de 77,7 bilhões de reais e aqui estamos buscando aumentar os investimentos nesses sistemas agroflorestais, promovendo a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, florestas produtivas. Isso significa a recuperação de áreas degradadas por meio da produção de açaí, castanha, cacau, café, acerola, entre outros produtos da floresta´, enfatizou.
Programação
Além do evento de lançamento, o Exporta Mais Amazônia contará com uma extensa programação até o dia 29, quarta-feira. As mesas de negócios serão permanentes e montadas exclusivamente dentro do Programa Exporta Mais Amazônia, visando atender às peculiaridades das cadeias produtivas da região Norte. Essas iniciativas buscarão organizar empresas de setores específicos para superar obstáculos às exportações, contando com apoio da ApexBrasil e de parceiros.
Nos dias 27 e 28, serão realizadas rodadas de negócios, nas quais empresas dos setores de açaí, cacau & chocolate, castanha-do-brasil, peixes amazônicos, carnes bovinas, suínas e de frango terão a oportunidade de apresentar sua oferta exportadora a 20 compradores internacionais de 16 nacionalidades diferentes.
No último dia da agenda, os importadores participarão de visitas técnicas a centros de produção locais nos arredores de Rio Branco. Entre os destinos a serem visitados, estão a sede da Coopeacre, que reúne extrativistas de açaí e castanha-do-brasil; a Ligeirinho Agroindústria, especializada em chocolate; e a fazenda de José Ivan Barbosa de Souza, que realiza manejo de pescado amazônico.
Mesas Executivas: diálogos para estimular o crescimento sustentável
Os produtos compatíveis com a floresta Amazônica, como cacau, pimenta-do-reino, açaí e castanha-do-brasil, representam um mercado de cerca de US$ 200 bilhões no mundo. No entanto, apesar de abrigar 30% das florestas tropicais do planeta, a região Norte contribui com menos de 0,2% das exportações globais desses bens.
A fim de preparar as empresas e cooperativas da região para ampliar a presença no mercado internacional, a ApexBrasil preparou as Mesas Executivas de Exportação. Essas estruturas setoriais visam propiciar a identificação, priorização e remoção dos gargalos que dificultam as exportações de setores compatíveis com a floresta Amazônica. Os entraves podem ter origem em problemas relacionados com capacitação empresarial, promoção comercial, regulamentações ou tecnologia, entre outros. Além da Mesa Executiva de castanhas-do-brasil, lançadas nesta rodada do Acre, ainda serão lançadas as de açaí, cacau e peixes amazônicos.
Essas mesas de diálogos serão constituídas como fóruns permanentes, com encontros mensais, que reunirão empresas e cooperativas, representantes da ApexBrasil e parceiros. O intuito da Agência é que os participantes contribuam coletivamente para resolver problemas que precedem a exportação.
Após as empresas e cooperativas priorizarem os entraves à exportação, a ApexBrasil e parceiros do projeto, como o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Serviço Florestal Brasileiro, o projeto Amazônia 2030, o Observatório da Castanha da Amazônia, Embrapa, SEBRAE, Sistema CNA/Senar, Sistema OCB e universidades, buscarão corrigir os entraves com soluções de curto e médio-prazo.
As responsabilidades de cada parte serão as seguintes:
Empresas e cooperativas: As empresas e cooperativas terão um papel ativo e de protagonismo nas Mesas Executivas, não apenas apontando gargalos e sugerindo melhorias para o setor produtivo, mas também participando ativamente das reuniões, compartilhando suas experiências e visões. Além disso, é esperado que elas se preparem e invistam na exportação, garantindo que sua equipe esteja apta a enfrentar os desafios do mercado internacional.
Além de terem voz ativa e protagonismo na busca por soluções para o setor, as empresas participantes no projeto receberão pontuação adicional para participar de feiras, missões e ações de capacitação selecionadas da ApexBrasil. Do mesmo modo, elas não precisarão pagar contrapartida para participação em ações da agência.
ApexBrasil: A Agência exercerá papel de mediador. Será responsável por garantir a frequência das reuniões, criando um ambiente propício para a troca de ideias e experiências. Além disso, atuará como catalisadora de ações conjuntas, engajando os parceiros no enfrentamento de entraves identificados. A agência desempenhará um papel estratégico na organização de ações de promoção de exportação.
Parceiros: Os parceiros nas Mesas Executivas de Exportação participarão de reuniões específicas, esclarecerão questões técnicas e regulatórias, e poderão sugerir e implementar soluções inovadoras. A capacitação das empresas será uma meta compartilhada assim como as ações de promoção de exportação.
Para saber mais sobre as Mesas Executivas, acesse o estudo sobre as Mesas elaborado pelo projeto Amazônia 2030.