ApexBrasil abre Fórum Econômico Brasil-Índia no Rio de Janeiro

07/07/2025
Institucional
Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!
ApexBrasil abre Fórum Econômico Brasil-Índia no Rio de Janeiro
Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!

Empresários dos dois países participam do encontro promovido pela ApexBrasil no Museu do Amanhã, nesta segunda-feira, 7 de julho

“O Brasil se tornou um dos principais destinos globais para investimentos estrangeiros. No caso da Índia, não teremos outra oportunidade tão grande como esta, porque a relação entre os dois países não tem conflitos, são países amigos e gigantes territorial e populacionalmente. O comércio bilateral, que hoje gira em torno de R$ 12 bilhões, é ainda muito pequeno diante desse potencial, especialmente porque nossa balança é concentrada em poucos produtos. Há, portanto, um enorme espaço para crescimento em ambas as direções”, ressaltou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, durante o Fórum Econômico Brasil-Índia, nesta segunda-feira (7/7), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Viana lembrou ainda que “o presidente Lula tem uma expectativa muito grande de que a gente saiba aproveitar o momento que estamos vivendo, um momento muito especial para o comércio exterior e para a economia brasileira”. Segundo ele, “enquanto o mundo vive tensionamentos, inflação e queda nos investimentos e exportações, o Brasil segue crescendo”.

Com a participação de empresários e investidores dos dois países, o evento é promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Câmara de Comércio Índia-Brasil (CCIB) e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).

Na cerimônia de abertura, a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, disse que apesar dos investimentos bilaterais terem crescido muito percentualmente, nominalmente eles ainda estão aquém das potencialidades e do tamanho dessas duas grandes economias e democracias. “A Apex apoia 52 setores da economia brasileira nos seus esforços de importação e atração de investimento, no entanto apenas nove deles têm a Índia como mercado prioritário, ou seja, tem um espaço muito grande para explorar novas potencialidades. E é isso que a gente espera que aconteça após esse encontro”, afirmou.

Também participaram da cerimônia o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, do presidente da CNI, Ricardo Alban, e do secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Itamaraty, embaixador Laudemar Aguiar.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, está otimista sobre o avanço das relações comerciais, empresariais, industriais entre Brasil e a Índia. Ele destacou algumas similaridades entre os dois países e como indianos têm puxado o crescimento mundial. “Queremos estar junto com vocês, indianos, nessa impetuosidade do crescimento econômico, do desenvolvimento social. Vamos fazer entre nossos países o que a China fez dentro dela própria: ganhou escala, competitividade, produtividade e buscou complementaridade em suas cadeias produtivas internas. Temos a oportunidade de fazer isso entre nós, como países friendly”, ressaltou

O secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Laudemar Aguiar, lembrou que, às vésperas de completar 80 anos de relações diplomáticas sustentadas por valores convergentes e interesses cada vez mais próximos, Brasil e Índia atuam lado a lado na reforma da governança global, na promoção do desenvolvimento sustentável, no combate à pobreza e à fome e em busca de um sistema internacional mais equitativo e inclusivo. “Em um mundo marcado por contínua reconfiguração política, geopolítica, comercial e produtiva e unilateralismo, e diante das inúmeras incertezas do cenário internacional, torna-se cada vez mais relevante fortalecer o diálogo direto entre Brasil e Índia, duas vibrantes democracias do Sul Global, que compartilham aspirações comuns de desenvolvimento com justiça social, inserção soberana nas cadeias globais de valor e participação mais representativa nas instâncias de governança internacional”, reforçou.

Já o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, destacou que o fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e Índia passa por uma política industrial sólida e coordenada. “Não se faz comércio exterior pelo comércio exterior. Ele é resultado de uma estratégia que articula política industrial, inovação e desenvolvimento sustentável, como propõe a Nova Indústria Brasil, com foco em missões como agroindústria, saúde, infraestrutura e transição verde”, afirmou. Ele também ressaltou a importância da integração entre economias emergentes: “O presidente Lula é muito seguro desse papel que ele tem que desempenhar no mundo, no contexto em que nós estamos vivendo, em que é preciso promover a integração, a aproximação, como disse o presidente Alban [da CNI], a complementariedade, porque só assim países emergentes ou economias de países em desenvolvimento conseguirão de fato promover justiça social a partir da redução das desigualdades internas, gerando emprego e distribuindo renda”. destacou.

Memorandos de Entendimento

A ApexBrasil participou nesta manhã da assinatura de dois Memorandos de Entendimento (MoU) durante o Fórum Econômico Brasil-Índia. O primeiro, firmado com a Câmara de Comércio Índia-Brasil (CCIB), estabelece cooperação entre as instituições para aprofundar as relações econômicas entre os dois países, com foco na promoção comercial e atração de investimentos. O segundo, assinado com a Nidec-Embraco, cuja matriz está localizada em Joinville (SC), formaliza a intenção de investir mais de US$ 120 milhões de dólares na construção de uma nova fábrica de compressores para refrigeração residencial e comercial na cidade de Aurangabad, no estado de Maharashtra, na Índia.

Encerramento com presidente Lula

A programação da manhã contou com dois painéis temáticos. O primeiro tratou da transição energética e segurança, com foco em tecnologias sustentáveis e cooperação industrial. Em seguida, o painel sobre segurança alimentar teve como keynote o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), além de representantes do agronegócio brasileiro e indiano, que abordaram estratégias voltadas à inovação e abastecimento global.

À tarde, a programação contará com discursos da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, antes dos painéis que abordarão temas como indústria farmacêutica, inovação, nova indústria e tecnologia. A cerimônia oficial de encerramento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Comércio e investimentos crescentes

A Índia é uma das economias que mais crescem no mundo e tem se consolidado como parceiro prioritário do Brasil. Segundo levantamento da ApexBrasil, as exportações brasileiras para a Índia aumentaram em média 13,7% ao ano desde 2019, totalizando US$ 5,3 bilhões em 2024. Os destaques da pauta incluem açúcar, petróleo, óleos vegetais e algodão bruto.

Entre as mais de 380 oportunidades comerciais identificadas, ganham relevância os setores de combustíveis, celulose e máquinas e equipamentos. O grupo “Sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão e outras” registrou um crescimento médio de 1.414,9% entre 2019 e 2024, impulsionado pela abertura do mercado indiano para o gergelim brasileiro.

No campo dos investimentos, a Índia foi o sexto maior investidor asiático no Brasil em 2023, com estoque de US$ 2,9 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED). Os anos de 2022 e 2023 marcaram os maiores volumes de aportes indianos no país, em setores como energia, farmacêutico e tecnologia.

Os dados estão no estudo Perfil de Comércio e Investimentos Índia, realizado pela ApexBrasil e publicado em junho de 2025.

Interação BRICS e IBAS

Brasil e Índia, membros do BRICS, participaram da cúpula do bloco realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. O grupo atua como plataforma de articulação entre grandes economias emergentes, com foco em promover uma ordem internacional mais justa e representativa.

A cooperação entre os dois países também se estende ao Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS), criado em 2003, que reúne democracias multiculturais com objetivos comuns: fortalecer o multilateralismo, aprofundar laços comerciais e promover o desenvolvimento social inclusivo. Comércio exterior e investimentos impulsionam a relação bilateral entre Brasil e Índia, com destaque para os setores de energia renovável e agricultura de alta precisão, voltados à transição energética e ao combate à fome.

Transmissão do Fórum Econômico Brasil-Índia

Acompanhe a transmissão da segunda parte do evento no canal do YouTube da ApexBrasil

Tema: Qualificação Empresarial
Mercado: América do Sul — Ásia (Exclusive Oriente Médio)
Setor de Exportação: Não se aplica
Setor de Investimento: Não se aplica
Idioma de Publicação: Português
Erro: