Diretor de Negócios da ApexBrasil, Lucas Fiuza, mediou diálogo sobre os impactos das reformas econômicas para o desenvolvimento do país e seu potencial competitivo no mercado internacional
Desde 2019, a partir do trabalho do Governo Federal e do Congresso Nacional, o Brasil avança na redução da máquina pública e alcança resultados. De lá para cá, foram leiloados mais de 100 ativos estatais. Na infraestrutura de modais de transporte, por exemplo, isso já impactou em cerca de R$ 100 bilhões em investimentos privados e cerca de 1,5 milhão em empregos gerados. Na agenda do Brazil Investment Forum 2022 (BIF) desta quarta-feira (15), o diretor de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Lucas Fiuza, mediou o diálogo temático sobre os impactos dessa orientação para o mercado brasileiro.
“A performance brasileira nesse modelo de economia aberta é positiva. Isso se dá porque os orçamentos públicos têm limitações muito claras, é algo característico do setor. E para as iniciativas de mercado, o céu é o limite. Nossa eficiência deve consistir na capacidade de atrair seus investimentos e no compromisso de acompanhar a execução desses processos de privatizações e concessões”, destacou Fiuza, na abertura do painel.
Nesse sentido, tem sido eficaz para a atração do setor privado a série de marcos regulatórios que estão sendo aprovados no Congresso e sancionados nos últimos anos. A diretora executiva do Brasil e Suriname do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Martha Seiller, pontuou que viu a chave virar para o Brasil quando foi aprovada a Reforma da Previdência, em 2019.
“Antes disso, quando eu sentava com investidores e falava em oportunidades de investimentos no Brasil, eles ficavam desconfiados. Com a aprovação da reforma foi diferente: os olhos dos investidores voltaram a brilhar pra gente. Perceberam que o país estava se abrindo para o mercado e buscando ser mais eficaz. E essa confiança só melhorou, na medida em que foi aprovado um teto de gastos, o Marco do Saneamento Básico e uma série de leilões”, disse Martha Seiller.
A conversa tratou também do sucesso da privatização da Eletrobras, com sede no Rio de Janeiro. Concluída oficialmente na terça-feira (14), na Bolsa de Valores oficial do Brasil (B3), a privatização movimentou R$ 33,7 bilhões, com expectativa de movimentar outros R$ 30 bilhões nos próximos anos, que serão destinados a políticas setoriais.
“Esse processo da Eletrobras é a consolidação da privatização do setor elétrico brasileiro. Por trás de todo esse avanço, tem muito trabalho e de muitas frentes. Desde o final dos anos 1990, não vivíamos isso. Estamos vivendo um momento de ouro de reforma para a economia de mercado, na medida em que ganhamos em atração de investimentos e produtividade”, pontuou o secretário adjunto de Desenvolvimento de Infraestrutura do Ministério da Economia, Gabriel de Bragança.
Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Vladimir Kuhl Teles, as reformas posicionam o Brasil como um importante player global. “O mundo inteiro está num ambiente de dívida elevada, com perspectiva de baixo crescimento e juros altos. E o Brasil destoa desse percurso, porque dá garantias aos investimentos privados e tem um teto de gastos controlado”, explicou.
BIF 2022
O Brasil Investment Forum 2022 reúne no World Trade Center (WTC), entre hoje e amanhã (15), autoridades do setor público, representantes de bancos de desenvolvimento, executivos e CEOs de empresas globais para debater o ambiente de negócios brasileiro e as oportunidades existentes nos mais diversos setores da economia. Cerca de 600 pessoas acompanham presencialmente o evento, que também é transmitido ao vivo na plataforma online do BIF (www.brasilinvestmentforum.com).
O BIF é organizado pela ApexBrasil, pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério da Economia e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os painéis abordarão assuntos como a conjuntura econômica do Brasil e do mundo, tendências, competitividade e, claro, sessões que apresentarão o ambiente em setores como agronegócio, infraestrutura, energia, imobiliário, inovação e tecnologia da informação.
ApexBrasil
Atrair capital estrangeiro para o Brasil é uma das missões da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), principal organizadora do BIF. Em 2021, devido à pandemia, atuou mais fortemente no formato digital, diante de um cenário desafiador. Foram realizadas 52 ações online e presenciais em países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Portugal e Reino Unido, entre outros. No decorrer do ano, a Agência atuou na facilitação de 35 projetos de investimentos, com anúncios de, aproximadamente, US$ 13,8 bilhões.
A ApexBrasil, por meio de diversos programas, atua também para promover a imagem do Brasil no exterior e qualificar empresas nacionais que desejam começar a internacionalizar seus negócios. Para alcançar esses objetivos, realiza ações diversificadas de promoção comercial, a fim de valorizar os produtos e serviços brasileiros.
Créditos da imagem: Emiliano Capozoli