A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou dois estudos de Oportunidade para Alimentos Embalados, com foco nos mercados da Guiana e do Suriname. As análises identificam tendências e apontam nichos promissores para as empresas brasileiras do setor, considerando aspectos econômicos, culturais, logísticos, comerciais e regulatórios de cada país.
Na Guiana, uma das economias de crescimento mais acelerado da América do Sul, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 43,4% em 2024, impulsionado pela exploração de petróleo offshore, com projeções de expansão de 23% até 2026. O dinamismo do país tem favorecido investimentos em infraestrutura, energia e serviços, criando um ambiente propício para negócios internacionais. O mercado de alimentos embalados no país cresceu, em média, 102% ao ano entre 2019 e 2024, impulsionado por mudanças nos hábitos de consumo, urbanização e expansão do varejo moderno. Entre os segmentos com maior potencial estão snacks, alimentos infantis, confeitaria e produtos funcionais.
O Brasil ocupou a 16ª posição como fornecedor, com cerca de 1% de participação e exportações de US$ 1,6 milhão em 2024. As principais oportunidades para exportadores brasileiros incluem bolachas, alimentos infantis e confeitaria sem cacau. Para acessar esse mercado amplo, podem ser adotadas estratégias como parcerias com distribuidores locais e ações promocionais considerando a proximidade geográfica. Também é importante considerar os acordos comerciais existentes como o Acordo de Alcance Parcial nº 38 e a participação da Guiana na CARICOM que favorecem a inserção brasileira no mercado guianense e na região do Caribe.
Já o Suriname desponta como um mercado emergente, com expectativa de aceleração econômica a partir do início da exploração de petróleo offshore em 2028. Em 2024, o PIB do país cresceu 2,4%, e a demanda por produtos industrializados vem aumentando. O mercado de alimentos embalados registrou expansão média anual de 22,9% entre 2019 e 2024, com destaque para alimentos infantis, snacks, biscoitos e produtos funcionais. O Brasil figura como o quarto maior fornecedor, com 6,4% de participação e exportações de US$ 2,3 milhões no período.
Para ampliar a presença no mercado surinamês, recomenda-se o fortalecimento de marcas no varejo, parcerias com distribuidores regionais e aproveitamento de rotas logísticas via Norte do Brasil e Caribe. É necessário considerar, no entanto, a harmonização de padrões técnicos e a exigência de rotulagem em inglês ou holandês, aspectos importantes para a comercialização de alimentos embalados para a região.
Os estudos evidenciam que tanto a Guiana quanto o Suriname oferecem oportunidades concretas para exportações brasileiras de alimentos embalados. A proximidade geográfica, o crescimento econômico e os acordos comerciais regionais favorecem a inserção do Brasil na região. Isso sem esquecer de estratégias de adaptação cultural, construção de marca e parcerias locais que são apontadas como essenciais para o sucesso comercial.
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