Jorge Viana reafirmou que relações comerciais devem ser pragmáticas, sem influência de preferências políticas ou questões circunstanciais
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, abriu os trabalhos de mais um Encontro com representantes dos Setores de Promoção Comercial (SECOMs) em sua gestão, desta vez na América do Norte, enfatizando que seu objetivo é ampliar a presença das empresas nacionais no exterior. Segundo ele, isso exige uma estratégia diferenciada para estimular acordos bilaterais com os Estados Unidos, o principal mercado do mundo e o nosso segundo maior parceiro comercial. “Precisamos aprender a fazer negócios, de forma pragmática, como fazem as grandes potências do mundo. Nossa missão é aproveitar essa sinergia positiva para fortalecer as relações com outros países, independentemente de questões circunstanciais”, afirmou Viana.
O evento, organizado em parceria com a embaixada brasileira em Washington DC, começou na terça-feira na capital norte-americana e vai até o dia 15 de março com palestras e reuniões entre técnicos, diplomatas, parlamentares, adidos agrícolas, empresários e investidores. No ano passado, o Brasil registrou superávit recorde de US$ 98,8 bilhões e, só com os Estados Unidos, o comércio bilateral atingiu US$ 74,9 bilhões.
A relação com a América também foi o ponto central do discurso de abertura do encontro, feito pela embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti: “Há oportunidades especialmente nas áreas de tecnologia, transição energética e Saúde”, ressaltou a diplomata. Ela lembrou que os americanos estão apostando no processo conhecido como “nearshoring”, em que as empresas têm preferido manter sua produção bem perto dos mercados consumidores – e que essa mudança de paradigma foi fundamental para o boom industrial do México. “O Brasil pode e deve ser uma alternativa”, finalizou a embaixadora.
As perspectivas são animadoras também para o agronegócio. Se no ano passado a parceria entre a ApexBrasil e os Ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores possibilitou a abertura de 78 novos mercados em 39 países. As exportações brasileiras no setor ultrapassaram a casa de US$ 166 bilhões, ou o equivalente a 49% de toda a pauta exportadora brasileira. E 2024 acena com possibilidades ainda mais amplas. “Somos, ao lado dos Estados Unidos, líderes mundiais de produção agropecuária e compartilhamos a liderança de grande parte das commodities no mercado internacional”,
disse André Muller, gerente de agronegócios da ApexBrasil. A importância do setor está refletida na pauta dos debates do encontro, que terá discussões sobre oportunidades comerciais no agronegócio, inovação e sustentabilidade, entre outras.