Já está no ar o terceiro episódio da segunda temporada do ApexPod, o podcast da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que tem promovido reflexões sobre o impacto da integridade nos negócios. Com o tema “Cidades inclusivas e sustentáveis”, o episódio reúne especialistas que discutem sobre o papel de políticas públicas integradas, da atuação conjunta entre governo, empresas e sociedade, e da importância da inclusão como motor para o desenvolvimento econômico, social e urbano. O programa está disponível nas principais plataformas de áudio e no YouTube.
Participam da conversa Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal; Ana Cláudia Rossbach, diretora-executiva da ONU-Habitat; Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil; e Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência. O episódio também conta com o case de sucesso de Fábio Tusset, CEO da startup Meu Resíduo, que compartilha como tecnologia e gestão de resíduos podem gerar impacto positivo e oportunidades no Brasil e no exterior.
“Não existem negócios bem-sucedidos em ambientes desiguais e excludentes. A ApexBrasil entende que um ambiente justo, democrático e sustentável é o melhor para atrair investimentos e promover o desenvolvimento”, destacou Ana Paula Repezza, que reforçou ainda o compromisso da Agência com o apoio a negócios que contribuam com soluções para os desafios das cidades brasileiras.
A diretora também enfatizou o papel transformador de startups e pequenas empresas brasileiras lideradas por jovens, muitas delas com foco em soluções para habitação, mobilidade, segurança e gestão urbana, que nascem com foco em soluções para cidades mais inteligentes e inclusivas. “Temos visto surgir uma nova geração de empreendedores com propostas inovadoras voltadas para transformar a realidade urbana e social do país. São ideias nascidas a partir da vivência nos territórios, com grande potencial de aplicação global”, pontuou.
Cidades mais justas: o papel da política pública e da participação social
Para Inês Magalhães, pensar em cidades inclusivas é entender como o acesso desigual aos serviços urbanos afeta diretamente a vida das pessoas, especialmente mulheres, crianças e populações periféricas. Para ela, cidades verdadeiramente inclusivas devem refletir a diversidade e reduzir desigualdades estruturais. “É uma responsabilidade de todos construir cidades menos desiguais, com acesso real a transporte, moradia, mobilidade e qualidade de vida. E isso começa com políticas públicas bem desenhadas e implementadas com participação da sociedade”, afirmou. Ela chama atenção para a importância da habitação como vetor de inclusão social, citando o programa Minha Casa, Minha Vida: “Alinhar geração de emprego e moradia digna é fundamental para construir cidades menos desiguais e mais sustentáveis”.
Ao ser questionada como os novos empreendedores podem se engajar nessa economia de cidade inclusiva, Inês destacou a importância das práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), bem como o leque de oportunidades que o Brasil oferece para negócios sustentáveis. “O conceito de ESG se tornou um componente estratégico para qualquer empresa. Hoje existem várias das chamadas empresas de impacto. Pequenos negócios já estão trabalhando com aluguel acessível, melhoria habitacional, economia da cultura, setores com grande potencial no Brasil”, pontua.
Floriano Pesaro reforça que, no ambiente de negócios, as práticas de ESG vieram para ficar. Segundo ele, “ESG é uma nova política de relacionamento com o consumidor. É essencial para empresas que querem se globalizar e ser respeitadas internacionalmente”. Floriano lembra que o Brasil está se preparando para sediar, em novembro deste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, no Pará. "Um Brasil que, até pouco tempo atrás, estava destruindo as suas matas, os seus biomas, sem nenhuma preocupação, era um Brasil que pegava muito mal lá fora do ponto de vista de valores ambientais. Hoje é um Brasil que preserva o meio ambiente, que luta para diminuir a destruição dos seus biomas; eu digo luta, porque nós não vencemos essa luta e todos nós sabemos disso. E agora vamos sediar o encontro global mais relevante sobre o assunto”, ressaltou.
A Nova Agenda Urbana e o papel das empresas
A economista brasileira e primeira representante da América Latina a liderar a ONU Habitat - agência da Organização das Nações Unidas que trabalha para promover cidades sustentáveis e o direito à moradia-, Ana Cláudia Rossbach, compartilhou os desafios e os princípios da Nova Agenda Urbana, documento das Nações Unidas que orienta políticas para tornar as cidades mais habitáveis e resilientes. Ela defende o protagonismo local e o diálogo entre governos, empresas e sociedade para promover a inclusão urbana e reduzir riscos sociais e ambientais que afetam diretamente a atratividade econômica das cidades. “Empresas têm um papel estratégico nesse processo, ao considerar seus impactos sociais, ambientais e urbanísticos. É fundamental pensar na relação entre atividade empresarial, localização e qualidade de vida no entorno, inclusive dialogando com os planos diretores das cidades”, afirma Rossbach.
“É difícil atrair investimentos para cidades com prevalência de população de rua, de população vivendo em situação precária. Isso acaba tendo uma conexão com a questão da criminalidade e da violência. São questões que afetam cidades do Brasil, cidades na América Latina e é um fator de risco para os negócios das empresas. O planejamento urbano não vai resolver isso, mas o planejamento urbano e o acesso à moradia podem contribuir para mitigar essas questões”, complementa Ana Cláudia.
Inovação e impacto socioambiental
Unir resíduo, tecnologia e práticas sustentáveis é a proposta de Fábio Tusset, idealizador e CEO da startup Meu Resíduo, para ajudar empresas a gerenciar resíduos, desde a coleta até a destinação final. Com o propósito de contribuir com o cumprimento das legislações e apoiar empresas com o descarte de resíduos de forma correta com o menor impacto possível no meio ambiente, ele criou a plataforma Meu Resíduo - um exemplo de negócio de impacto. O software para gestão de dados da empresa tem ajudado empreendedores a reduzirem burocracias e agilizarem processos de descarte. “Olhando para frente, vemos um futuro promissor,” atesta Fábio que contou como apoio da ApexBrasil para alcançar mercados no exterior.
A Meu Resíduo já atua em diversos países da América Latina e foi destaque em programas de internacionalização promovidos pela ApexBrasil e Sebrae. “Nossa plataforma ajuda empresas a cumprir obrigações legais e adotar práticas sustentáveis. Hoje, temos clientes no Chile, México, Panamá e outros países, graças ao apoio da Apex”, conta o CEO.
Sobre o ApexPod
Com apresentação de Aarão Prado e Deborah Fortuna, a segunda temporada do ApexPod tem como tema central “Integridade faz bem aos negócios”. Ao longo de quatro episódios, especialistas e empreendedores discutem temas como a confiança nas relações comerciais, a integridade da informação e a construção de ambientes urbanos mais sustentáveis.
Criado em 2024, o ApexPod já acumula quase 1 milhão de visualizações e se consolida como um canal dinâmico e acessível para a discussão de temas estratégicos para o desenvolvimento sustentável e a internacionalização das empresas brasileiras.
Ouça o novo episódio em: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, YouTube e YouTube Podcasts.
Assessoria de Imprensa da ApexBrasil – imprensa@apexbrasil.com.br