ApexBrasil participa de evento inédito, organizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, com série de encontros entre investidores internacionais e empresários do agronegócio brasileiro
O Fórum Internacional para o Desenvolvimento Agroambiental Sustentável, Rio + Agro, começou nesta segunda-feira (29) na capital carioca. Como parte do evento, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Agricultura e Pecuária (MAPA), com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Industria, Comércio e Serviços do Governo do Estado do Rio de Janeiro, promove série de encontros, workshops, visitas técnicas e rodadas de investimentos com empresários, investidores internacionais e entidades estatais e do agronegócio. Os temas de destaque são a transição energética e a produção de fertilizantes. O objetivo é mostrar a virada do país, que passa a ser exemplo de sustentabilidade, além de buscar reduzir sua dependência de fertilizantes – essencial para um grande exportador de alimentos. Ao todo, foram convidadas 11 empresas internacionais relevantes do segmento de fertilizantes, energia verde e gás natural, de diferentes países, para discutir oportunidades de negócios e ver de perto o potencial do país.
"Não é possível que um país que ajuda a alimentar o mundo e com o nosso potencial, tenha mais de 80% de dependência de fertilizantes importados. Esse evento é um desafio para começar a superar isso”, afirmou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, na abertura do evento, que ocorreu no final da tarde desta segunda-feira, no Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca. “Faz muito tempo que não vivemos uma janela de oportunidade como agora”, completou.
Ao longo da semana, de 29 a 2 de agosto, os investidores internacionais convidados terão a oportunidade de fazer rodadas de investimentos com estatais e empresas brasileiras, além de conhecer grandes trunfos de nossa renovação energética, como o Porto do Açú, em São João da Barra, no Norte fluminense, que já conta com 22 empresas instaladas e 11 terminais privados, focado no avanço de projetos de energia renovável e aceleração da industrialização de baixo carbono. Também farão visita ao Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que é um centro de capacitação tecnológica e inovação da indústria estruturada para competir em um mercado globalizado.
Com o objetivo de promover a produção de fertilizantes no país - reduzindo a dependência da importação do insumo, o Plano Nacional dos Fertilizantes (PNF) – aprovado pelo Governo Federal em novembro de 2023 - prevê a reativação de fábricas, incentivos a novas plantas industriais, investimento na produção de nutrientes sustentáveis, entre outras ações. Atualmente, mais de 87% dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira são importados. “Para mudar isso, é preciso atrair novas plantas industriais, investimento na produção de nutrientes sustentáveis, entre outras ações”, explicou o coordenador de Investimentos da ApexBrasil, Carlos Padilla.
Padilla afirmou ainda que é importante que empresários e investidores conheçam o mercado brasileiro e saibam o porquê de investir ou ampliar seus investimos no Brasil. "É igual na Índia? Na China? Na Rússia? Não. Estamos mostrando qual é o melhor timing para entrada do empresário no mercado, as opções para acelerar seus investimentos e quais parceiros buscar. Mostramos como entrar no nosso mercado e como diversificar os seus negócios", afirmou, lembrando da existência da área de Inteligência de Mercado, um dos pontos fortes da ApexBrasil, e as frequentes rodadas de negócios que a Agência promove e que abrem os produtos do Brasil para o mundo.
De acordo com José Carlos Polidoro, assessor de Programas Estratégicos do MAPA, “o Brasil precisa criar uma conciliação de narrativas sobre o desenvolvimento agropecuário, o uso dos recursos sustentáveis e o uso de recursos naturais". Polidoro lembrou que "quem vier ao Brasil abrir um negócio, seja investir numa lavoura de soja, abrir um frigorífico ou abrir uma fábrica de fertilizantes, não pode temer licenças ambientais".
O potencial do agro brasileiro no mundo
"Vivemos um momento extraordinário no comércio exterior, deixando um período de crise aguda, inclusive institucional, e vivendo um período de prosperidade e oportunidades. Nosso aumento recorde na balança comercial não é por acaso”, disse Jorge Viana, durante o evento, atualizando os dados mais recentes. Segundo ele, desde o início do governo Lula, com a diplomacia empresarial nesse terceiro mandato, junto com o MAPA e com os esforços da Apex foram abertos 165 novos mercados externos para o agronegócio e realizados dez encontros internacionais com a presença do presidente. Nos próximos meses, duas novas reuniões ocorrerão no Chile e no México com foco em promover o comércio bilateral. “Isso é uma coisa extraordinária. Com queda no preço dos grãos, com guerras e com retração de investimentos no mundo, o Brasil é um dos poucos países do mundo que pode fazer uma grande transição energética”, reforçou o presidente da ApexBrasil.
Ainda durante a abertura do evento, o governo mostrou o que tem feito e o que precisa fazer para que o agronegócio avance. Um dos exemplos é a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que tem 50 anos de serviços prestados, e é diretamente responsável pelo país ter se tornado uma potência agrícola mundial – agora voltada fortemente para energias renováveis. A empresa está ligada à implantação do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, na UFRJ.
De acordo com Gizelle Cristina Bedendo, gerente de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solo, no Rio de Janeiro, a importação de fertilizantes é relevante no país. “87% dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira são importados. Ainda tem um outro lado, que é o fato de importamos 90% das tecnologias que são usadas em fertilizantes. Por isso, a importância do trabalho da Embrapa e de outros parceiros, como o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, que é o de trazer governança e infraestrutura, congregados num único espaço", ressalta.
Estrangeiros de olho no Brasil
O presidente do evento Rio + Agro e CEO da ECP Environmental Solutions, Carlos Favoreto, destacou, durante a cerimônia de abertura, a questão da segurança alimentar aliada à sustentabilidade e à segurança energética. "Estamos mostrando ao mundo o potencial da agricultura sustentável, apontando oportunidades, com palestras que arrastaram para cá o mundo, que mostram como as ciências ambientais convergem com as ciências agrícolas e se tornam oportunidades de negócios para os empresários, e, em última instância, garantem a segurança alimentar de nossa população, com segurança energética e sustentabilidade”, explicou.
Para o professor, especializado em agronegócio, José Luiz Tejon, curador de conteúdo e da programação do Fórum, o Rio + Agro traz gente de todo o mundo para conhecer melhor seus parceiros e para poder investir no Brasil. "Temos um enorme potencial de crescimento no agronegócio, metade do que deveria ser, e é possível uma visão empresarial global efetiva", diz ele, para quem o Brasil é o país com maior potencial de crescimento nos próximos 15 anos. "A ApexBrasil é fundamental nesse aspecto, tem feito um trabalho extraordinário na arte de vender o Brasil para o mundo”.
É o caso da empresa sueca Anodox, parceira da gigante Shell, especializada na indústria automotiva, que está nesse momento criando uma subsidiária no Brasil. Seu foco atual são os mercados de veículos elétricos, sistemas estacionários de armazenamento de energia e baterias não inflamáveis. "Trazemos soluções muito úteis, que podem caminhar para a eletrificação do agronegócio em áreas remotas, com altas temperaturas e umidade", explicou, em um dos painéis, Ricardo Uerhara, diretor da Anodox no país, que deseja conversar com o BNDES sobre parcerias.
Outro exemplo é a norueguesa Yara Brasil, que está no Brasil desde o final dos anos 70 e já soma 20 fábricas em território nacional. A empresa é uma das líderes globais de nutrição de plantas e cuidados com o meio ambiente, com baixa da geração de carbonos, e responsável por 15% dos fertilizantes usados no Brasil. Já a Fluxys – grupo belga de infraestrutura de gás natural – veio como observadora no evento para entender melhor as prioridades da cadeia produtiva no Brasil. "Viemos ouvir e estabelecer laços, porque queremos entender o setor", explica Sébastien Lahouste, Diretor Presidente da Fluxys Brasil.
Investidores internacionais
O evento também atraiu investidores como a britânica Capricórnio Capital, que administra cinco fundos, interessada em empresas latino-americanas – 95% brasileiras – com potencial para virar gigantes globais (em inglês, "emerging giants"). "Não estamos falando de unicórnios, mas de empresas que têm toda a possibilidade de se tornarem líderes relevantes nos mercados que atuamos, como agronegócio e descarbonização", explicou Bruno Bruno Montez Carpes, representante da Capricórnio Capital. "O Brasil, se não é líder, é vanguarda, décadas na frente de outros países, porém não temos essa dimensão", completa.
Outra empresa que acolheu o chamado da ApexBrasil foi a AGBI Real Assets, cujo sócio e diretor de Novos Negócios, Mário Lewandowski, veio conhecer as demandas do agronegócio brasileiro, especialmente por gerir fundos focados em agricultura e recuperação de pastagens degradadas. “Os fundos compram pastagens degradadas, arrendam para pequenos e médios financeiros, tornam a lavoura lucrativa. Ganhamos com o ganho imobiliário em cima da terra", explica Mário Lewandowski. "A grande vantagem, não somente dos fundos de investimento, mas do mercado de capitais como um todo, é a flexibilidade oferecida nas estruturas financeiras, sem usar mecanismos tradicionais de crédito. Nosso desafio é aproximar o mercado de capitais da agricultura", explica. "Uma análise de risco da agricultura brasileira é a dependência financeira, e para os fundos isso é um negócio, um bom negócio, a valorização das terras”, completa
Estatais bolivianas
Há também o caso à parte das estatais bolivianas, a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), estatal responsável pela comercialização de gás e petróleo na Bolívia, e da EBIH (Empresa Boliviana de Industrialización de Hidrocarburos), estatal responsável por estudos, planos e projetos para a produção de produtos resultantes da industrialização de hidrocarbonetos na Bolívia. Ambas terão reuniões estratégicas com a Petrobras e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), nesta quarta-feira. "Não viemos fechar novos negócios ainda, mas discutir políticas que possam assegurar, com nossos produtos, segurança alimentar recíproca", afirmou Omar Alarcón, gerente-geral de YPFB, a chamada "Petrobras" boliviana. A Petrobras declarou recentemente que tem interesse no incremento da produção de gás na fronteira com a Bolívia e no aumento do volume de importação do insumo para o Brasil. Hoje o mercado consumidor brasileiro demanda 50 milhões de metros cúbicos (m³) de gás natural por dia. A Petrobras acredita que esse mercado pode ser triplicado, alcançando 150 milhões de m³ diários. Esse gás servirá como insumo para a indústria petroquímica e para a produção de fertilizantes. Já Alejandro Gallardo, gerente-geral da EBIH, diz que deseja, por meio da oportunidade criada pela ApexBrasil, entender a estratégia e as prioridades brasileiras.
Sobre o Rio + Agro
O Rio + Agro é o primeiro evento internacional do agronegócio realizado no Rio de Janeiro. Trata-se de um Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável, com foco mundial no desenvolvimento com equilíbrio econômico, ambiental e social. O evento está reunindo alguns dos principais nomes em desenvolvimento sustentável, pesquisa científica e inovação. Ao longo da semana, serão mais de 50 palestras, dez delas internacionais. O evento é organizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e está ocorrendo de 29 de julho a 2 de agosto, no Clube de Golfe, Barra da Tijuca.
Sobre a ApexBrasil
A ApexBrasil é uma entidade sem fins lucrativos, interesse coletivo e utilidade pública, que mostra para o mundo o que o Brasil tem a oferecer. A Agência atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos para setores estratégicos da economia, dando mais visibilidade às empresas brasileiras mundo afora. Para isso, encabeça uma série de ações, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira e fazer negócios. Atualmente, a Agência apoia mais de 17 mil empresas sendo 43% delas de micro e pequeno porte. Mais informações em www.apexbrasil.com.br
Serviço
Rio + Agro / Estande da ApexBrasil e outras instituições governamentais - projeto de investidores internacionais
Data: 29 de julho a 2 de agosto
Local: Campo Olímpico de Golfe, Av. General Moisés Castelo Branco Filho, 700 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Credenciamento de imprensa para o evento:
https://www.riomaisagro.com.br/credenciamento-de-imprensa-para-o-rioagro/
Contato imprensa ApexBrasil:
Lorena Quintas (61) 99951-7175
Ricardo Miranda (21) 97188-6292
Contato imprensa Rio + Agro:
Emerson Rocha (21) 99966-8004
Mario Linhares (21) 99688-1415