Com Lula, Fórum Empresarial Bolívia-Brasil vai reunir mais de 300 empresas e instituições públicas para discutir negócios entre os dois países

08/07/2024
Impulso nas Exportações
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Liderado pela ApexBrasil e pelo Ministério das Relações Exteriores, evento contará com a presença dos presidentes do Brasil e da Bolívia. Entre os temas em debate, estão segurança e transição energéticas, transporte e sustentabilidade na agricultura e na pecuária. À frente da Petrobras, Magda Chambriand também confirmou presença

Nesta terça-feira (9), em Santa Cruz de la Sierra, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizará o Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, no marco da visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país vizinho. O evento vai discutir temas relacionados ao comércio bilateral e oferecer espaços para conexões e negócios entre empresários brasileiros e bolivianos. Mais de 320 pessoas são esperadas no evento, entre autoridades e representantes de empresas e instituições públicas de ambos os países. Lula estará no encerramento do encontro, ao lado do presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luis Alberto Arce. 

As empresas e instituições participantes representam diferentes setores produtivos, como alimentos, bebidas e agronegócios; adubos e fertilizantes; extrativismo, sobretudo da castanha-do-brasil; petróleo e gás; açúcar e álcool; eletricidade; mineração; transporte; e máquinas e equipamentos. Também as indústrias de fármacos; cosméticos; casa e construção; elétricos e eletrônicos; telecomunicações e tecnologia da informação; calçados e moda estarão representados no Fórum, além do artesanato e da economia criativa. 

"O comércio bilateral com a Bolívia diminuiu nos últimos anos e nós precisamos recuperar esse espaço. Aliás, queremos fortalecer não só as relações comerciais, como também os laços diplomáticos e políticos com os irmãos bolivianos. Há muito para se discutir e há muitas parcerias estratégicas possíveis nas áreas de energia, mineração, transporte e agricultura, tanto em termos de comércio como de investimentos”, destacou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, que estará no encontro. “Uma das parcerias que podemos firmar é em torno da cadeia da castanha-do-brasil, item muito importante para as vendas internacionais dos dois países. É possível torná-la mais competitiva, alavancando o desenvolvimento sustentável na região", exemplificou Viana. 

Programação

O Fórum Empresarial Bolívia-Brasil acontecerá no Hotel Marriot de Santa Cruz de la Sierra, com início às 9h, horário local (GMT-4). Além do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, são esperados o cônsul-geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, Francisco Carlos Soares Luz; o vice-ministro de Comércio Exterior e Integração da Bolívia, Huascar Ajata Guerrero; e o presidente da Federação de Empresários Privados de Santa Cruz, Oscar Mario Justiniano. 

Na sequência, haverá uma keynote speech com a presidente da Petrobras, Magda Chambriand, e com o presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Armin Ludwig Dorgathen. Como sua equivalente brasileira, a estatal boliviana se dedica à exploração, refino e venda do petróleo e derivados. 

As discussões serão realizadas por meio de três painéis temáticos. O primeiro, “Parceria Estratégica para a Segurança Energética”, vai contar com a presença do CEO da empresa brasileira de energia Fluxus, Ricardo Savini, e do presidente da Jirau Energia, Edson Silva, responsável pela Usina Hidrelétrica Jirau, em Rondônia. 

Na sequência, o painel II vai discutir “Vetores de transição energética e integração de cadeias”. A gerente de Relações Institucionais da Embraer, Verônica Prates, e o diretor-executivo da Apla (Acordo de Produção Local do Álcool), Flavio Castellari, estão entre os participantes, além do chefe do Departamento de Marketing e Vendas da estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB), Omar Benjamin Miranda Dorado. 

Encerrando os painéis temáticos, a mesa III discutirá “Inovação e sustentabilidade na agricultura e na pecuária”.  A diretora executiva de Negócios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ana Euler, é uma das painelistas, junto do facilitador da Mesa Boliviana de Carne Sustentável, Edward Moreno, e de representantes do Fórum Bilateral da Castanha, entre outros. 

Por fim, os presidentes Lula e Luís Arce vão compor a cerimônia de encerramento do Fórum.  Os chanceleres do Brasil e da Bolívia, respectivamente Mauro Vieira e Celinda Sosa Lunda, também estarão, ao lado de outras autoridades de ambos os países. 

Negócios com a Bolívia

O Brasil é o 1º destino das exportações da Bolívia e seu 2º maior fornecedor, atrás apenas da China, com 16,6% de participação no mercado boliviano. O comércio bilateral entre os países está na casa dos US$ 3,3 bilhões. As vendas brasileiras para o país vizinho acontecem sobretudo pela via rodoviária e incluem especialmente produtos de alto valor agregado. Entre os 10 principais grupos exportados pelo Brasil, estão barras de ferro e aço, barras, cantoneiras e perfis; óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos; veículos automóveis de passageiros; e máquinas agrícolas e suas partes; além de equipamentos para distribuição de energia elétrica. 

Em 14 dos últimos 20 anos, o Brasil registrou déficit comercial em função das compras de gás natural da Bolívia – para se ter uma ideia, em 2023 o item representou 86,5% das nossas importações, seguido de longe por adubos ou fertilizantes químicos, com 4,8%. Em 2016, a situação do déficit começou a se inverter com a diminuição das compras brasileiras desse produto. Além disso, apesar do aumento de exportações para a Bolívia na última década, o país reduziu a participação nas importações bolivianas – de 20,6% em 2003 para 16,6% em 2023. Nesse período, a Bolívia também perdeu espaço nas importações brasileiras.  

Um outro destaque da relação comercial entre os dois países foi o crescimento das importações brasileiras de castanha-do-brasil sem casca da Bolívia – entre 2019 e 2023, as compras brasileiras do produto cresceram em média 91,6% ao ano. Por sua vez, o Brasil, em 2023, foi o 4° principal exportador do produto, com cerca de US$ 18 milhões exportados, ficando atrás da própria Bolívia, principal fornecedor mundial, com quase US$ 114 milhões exportados. 

Acesse o Perfil Comércio Investimentos Bolívia para mais detalhes sobre o comércio bilateral entre os dois países. 

Tema: Promoção Comercial — Atração de Investimentos Estrangeiros — Expansão Internacional
Mercado: América do Sul
Setor de Exportação: Não se aplica
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

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