BIF 2024: Cenário econômico positivo e vantagens comparativas ambientais colocam o Brasil em destaque para atração de investimentos estrangeiros

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Potencial do Brasil para soluções globais foi tema de debates durante a 7ª edição do Brasil Investiment Forum, em São Paulo. País busca atrair investimentos estrangeiros para promover um desenvolvimento sustentável 

A 7ª edição do Fórum Brasil de Investimentos, o BIF, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o Governo Federal e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi marcada por assinaturas de acordos com parceiros, anúncios de investimentos estrangeiros diretos e painéis que destacaram o potencial do Brasil como solução para os desafios globais atuais. Com foco em sustentabilidade e atração de investimentos, os debates giraram em torno do momento oportuno do país para transformar desafios em oportunidades diante da busca por um desenvolvimento sustentável. Com cenário econômico positivo e vantagens comparativas ambientais diante da transição energética e crise climática, o país se coloca em posição de destaque para atração de investimentos estrangeiros em setores estratégicos.  

“O Brasil, diante de um mundo de incertezas, é um porto seguro”, disse Jorge Viana durante a cerimônia de abertura na qual estiveram presentes também o gerente de países do Cone Sul no BID, Morgan Doyle, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a diretora de negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Leia mais sobre a abertura do 7º BIF aqui. 

“A gente tem pelo menos cinco áreas fundamentais para ter investimentos. Diante da transição energética, por exemplo, qual o país que tem mais oportunidades? O Brasil, claro, porque tem uma boa matriz energética e já somos o 5º país a receber mais investimentos nessa área. E na área de infraestrutura, de portos, aeroportos e ferrovias também, além da verticalização do agronegócio e nessa retomada da nova indústria brasileira”, afirmou Viana. “O governo do presidente Lula trouxe de volta as políticas de inclusão social, trouxe políticas públicas para o agronegócio, para os investimentos, com o PAC, e também criou um ambiente de paz institucional. Isso tudo nos diferencia”, reforçou o presidente da ApexBrasil. 

Economia verde, segurança alimentar e neoindustrialização 

Ao longo do dia, o BIF promoveu sete painéis com temas diversos e especialistas, investidores, representantes de empresas e autoridades convidados para participar dos debates. Setores de destaque da economia brasileira, como transição energética, nova industrialização, infraestrutura, segurança alimentar, mobilidade e reformas governamentais estiveram entre os assuntos abordados.  Foi unânime entre todos os painelistas o momento oportuno do Brasil para as transformações mundiais necessárias para a promoção de um desenvolvimento sustentável e o enfrentamento das mudanças climáticas. 

“A transição para uma economia menos dependente de carbono está impondo uma série de desafios para países, governos, empresas e pessoas que se aplicam de forma diferente em cada país, pois cada país tem uma maturidade. E todos esses desafios podem se tornar oportunidades”, iniciou o moderador do painel intitulado “Rumo a um futuro verde: estratégias de transição energética”, Gil Maranhão, diretor de Comunicação, Responsabilidade Social Corporativa e Transição Energética da Engie Brasil. “Em matéria de transição rumo à economia verde, à economia circular, o Brasil vem tomando medidas interessantes. A Nova Indústria Brasil é um ótimo exemplo. Não é possível nos tempos atuais uma indústria que não seja sustentável. Por isso, na nossa Política Industrial estamos chamando de neoindustrialização e não de reindustrialização. Pois ela é nova e precisa ser necessariamente digital, sustentável, competitiva, produtiva e exportadora”, disse o secretário Executivo do MDIC, Marcio Elias Rosa, que integrou o painel ao lado do CEO da Raízen, Ricardo Mussa, do CEO da EDP na América do Sul, João Marques da Cruz, e da vice-presidente de Relações Institucionais/Governamentais e Comunicação da Sigma Lithium, Lígia Pinto.

No painel sobre “Desafios para a construção de um mundo com segurança alimentar”, o moderador Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, iniciou o debate dizendo que o Brasil é um player relevante para o tema da segurança alimentar no mundo. Segundo ele, nos últimos 50 anos, o Brasil saiu de um país importador líquido de alimentos para um dos três principais exportadores de produtos alimentícios e líder de diversas cadeias como soja, açúcar e café, sem deixar de lado o mercado interno. “Todos esses avanços têm como papel fundamental a ciência e a tecnologia”, disse Luis Rua, destacando o importante papel da Embrapa nos avanços conquistados ao longo dos últimos anos. “Nós aumentamos em seis vezes a nossa produção agropecuária ao passo que aumentamos apenas uma vez e meio a nossa quantidade de terra utilizada para as culturas. Então tudo isso faz com que o Brasil seja reconhecido como um importante parceiro do mundo quando a gente fala de segurança alimentar”, destacou Rua.   

Integrante do painel ao lado da diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, Liège Correia, e da Chefe Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Thais Amaral, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, falou da importância do investimento em assistência técnica e extensão rural. “Hoje, em função das mudanças tecnológicas, das mudanças climáticas, que requer uma agricultura sofisticada, restaurativa, regenerativa e que lide com   as novas tecnologias, não dá para prescindir da assistência técnica e extensão rural”, reforçando o importante papel da agricultura familiar e do assentamentos para a recuperação de áreas degradadas. “O Brasil tem que fortalecer as cooperativas que são as formas mais evoluídas de organização no campo, de acesso a mercados e de assistência técnica”.  Além disso, Teixeira chamou atenção para o tema da revolução da agricultura de base química para biológica, reforçando a importância da presença dos bioinsumos no Brasil para que todos possam ter uma alimentação mais saudável. “ 

Infraestrutura, tecnologia e Inteligência Artificial  

No painel "O Futuro é agora: O Brasil como destino dos grandes investimentos", o moderador Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), disse que grandes corporações vêm apostando em um Brasil moderno. Integrante do pinel, Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, falou do potencial do Brasil para se tornar um provedor global de Inteligência Artificial (IA) verde. "Além da infraestrutura", explicou, "é preciso a criação de hubs de inteligência artificial, com pessoal qualificado para fazer a adoção dessa tecnologia, elevando o nível de conhecimento e especialização dos brasileiros", reforçou. “O Brasil, com sua matriz energética, não pode ser provedor só de pequenos serviços e poderá ser um provedor global de IA verde”. 

No mesmo painel, Marcos Peigo, cofundador e CEO da Scala Data Centers, pioneira da infraestrutura digital na América Latina, disse que o Brasil deixou ser apenas um parceiro em data centers compartilhado para ser parceiro nos negócios. "Agora, temos uma oportunidade única de, além de tornar o Brasil autossuficiente em datacenter, exportar data centers do Brasil para atender o mercado norte-americano", afirmou. Segundo ele, a Scala já investiu R$ 10 bilhões no país e tem potencial de investimento de mais 27 bilhões em um plano de negócio que pode chegar a 50 bilhões, “sendo o maior projeto de data center do mundo”, afirmou. 

Fábio Rua, vice-Presidente de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da General Motors América do Sul (GM), destacou que, no setor energético, não existe país nenhum que tenha a capacidade de descarbonizar sua indústria automotiva com a velocidade e o diferencial competitivo que o Brasil. Segundo ele, a GM conclui esse ano um ciclo de investimentos de 10 bilhões de reais no Brasil, e virá um novo ciclo de 7 bilhões de reais para modernizar as plantas brasileiras, investir em sustentabilidade, criar produtos totalmente brasileiros, e transformar o Brasil num hub de produção e exportação de veículos. “A GM Brasil fabricará os primeiros veículos flex híbridos do mundo”, afirmou. 
 
No painel com tema "Brasil em expansão: desenvolvendo a infraestrutura brasileira e investimentos", a moderadora Luciana Aparecida a Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, lembrou que "o aquecimento global não é igual para todos os países" e que o Brasil está exposto na era de transição climática, por depender de hidroeletricidade e do agronegócio, apesar dos esforços na transição energética. Miguel Setas, CEO do Grupo CCR, empresa brasileira de concessão de infraestrutura, transportes e serviços e uma das líderes na administração de rodovias no Brasil, lembrou que 50% de nossas emissões são desmatamento ilegal dos nossos biomas, e 21% o uso do nosso solo. "Temos que reduzir nossas emissões de forma assertiva", disse ele, informando que a CCR, como meta própria, vai chegar a 2035 com zero por cento de carbono neutro. 

Assista todos os painéis e à programação completa do BIF 2024 aqui

Sobre o BIF

O Brasil Investment Forum (BIF), realizado pela ApexBrasil em parceria com o BID, é o maior Fórum da América Latina com foco em investimentos. A última edição, em 2023, reuniu mais de 1.500 participantes, dentre eles representantes de 36 países e de 50 setores da economia. Na ocasião, foram anunciados R$ 40 bilhões de investimentos, com expectativa de geração de 96 mil empregos diretos e indiretos. Nesta edição, a 7ª, os investimentos estrangeiros anunciados somaram R$ 54 bilhões. Saiba mais em Home | BIF 2024 .  

Tema: Atração de Investimentos Estrangeiros — Expansão Internacional
Mercado: América do Sul
Setor de Exportação: Outros
Setor de Investimento: Outros
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

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