ApexPod fala sobre estudo da área de Inteligência da Agência que apresenta oportunidades de exportação para países do G20 e conta a história de empresária que vende ecojoias para países do Grupo
No ano em que o Brasil preside o G20, grupo que reúne países com as maiores economias do mundo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) publicou o Perfil de Comércio e Investimentos dos países G20, material que reúne tendências e oportunidades de exportação para países do Grupo, que inclui os principais parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos, Argentina e outros. O estudo é tema do novo episódio do ApexPod - o podcast da ApexBrasil, no qual a empresária Isabel Ribeiro, proprietária da Amarjon Biojoias - uma das empresas brasileiras que vendem para países do G20 - conta sobre sua jornada exportadora e como o seu produto, por ter forte apelo ambiental, se encaixa nas tendências do comércio internacional.
Pode estar certo: quando falamos em tendências de exportação, uma singela folha de árvore do Cerrado brasileiro, colhida com técnica adequada, pode ser a matéria-prima perfeita que irá se transformar numa joia – ou melhor, numa biojoia – cobiçada pelos principais mercados do mundo. “Nós temos uma preocupação muito grande com a questão ambiental”, explica Isabel Ribeiro, que faz suas joias a partir de elementos da natureza. “Nossos materiais são colhidos apenas no período que não possa agredir o meio ambiente, pois nós respeitamos o ciclo da natureza”, afirma a empresária que hoje exporta as biojoias banhadas a ouro para nove países, entre eles Japão, EUA, Itália e Canadá – países que integram o G20.
De acordo com o gerente de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, Igor Celeste, - também entrevistado neste episódio do ApexPod - a primeira necessidade para quem quer exportar hoje é estar em linha com o imperativo da sustentabilidade. “A transição climática e o crescimento da temperatura no mundo impactam o comércio entre os países”, ressalta. Segundo ele, o futuro do comércio internacional traz alguns desafios e, sobretudo nas discussões do G20, questões relacionadas à proteção ambiental estão no centro do debate.
Sob o mote “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, como líder do G20 neste ano, o Brasil apontou como prioridade para as discussões no Grupo os temas: inclusão social; combate à fome e à pobreza; transições energéticas; promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental; e a reforma das instituições de governança global.
Mapeamento de oportunidades
O estudo “Perfil de Comércio e Investimentos dos países G20” foi publicado em maço deste ano para auxiliar os empreendedores brasileiros a alcançarem os maiores mercados. No documento, a Agência identificou 9.413 oportunidades de exportações brasileiras para o Grupo. Por exemplo, na Argentina foram encontradas 2.068 oportunidades; nos Estados Unidos, 971; África do Sul, 582; entre outras milhares de possibilidades.
Na entrevista, Igor Celeste aponta que o G20 é um grupo diverso, com países que têm perspectivas diferentes de crescimento, mas que representa cerca de 85% do PIB mundial e mais de 75% do comércio no mundo. “O Grupo envolve dois terços da população global”, cita, reforçando a importância de diversificar a pauta exportadora para atender o mercado.
“Cinquenta por cento de tudo o que o G20 compra do mundo vem de países com quem ele já tem acordos comerciais. O Brasil precisa estar mais presente nesse sentido”, analisa Celeste. Em termos de balança comercial, o Brasil com o G20 teve um saldo de US$ 44,7 bilhões em 2023, superávit recorde. Saiba mais sobre os números do G20 na 1ª edição do “Impulso das Exportações”, boletim trimestral da ApexBrasil.
Igor ressalta ainda que, no contexto das oportunidades, além da questão ambiental, há outros três desafios que o exportador precisa estar atento: a transformação tecnológica - com a inteligência artificial impactando a economia global; a equidade social e racial - com temas como o empoderamento feminino e o crescimento demográfico no continente africano; e o envelhecimento populacional - que amplia a centralidade do setor de “saúde” nos debates.
Biojoias brasileiras conquistam o mundo
Ainda neste episódio, a proprietária da Armajon Biojoias conta como foi o início do seu processo de exportação. A empresária lembra que a primeira exportação veio por um cliente brasileiro que morava na Dinamarca e se interessou em revender os produtos. “Percebemos então que seria interessante aprender a expandir e então conhecemos o PEIEX (Programa de Qualificação para a Exportação da ApexBrasil) que nos deu toda a estrutura, nos auxiliou a precificar e a encontrar novos parceiros e clientes”, conta Isabel. “O PEIEX foi um divisor de águas que nos abriu portas para o mundo”, finaliza.
As biojoias da Armajon são feitas a partir de folhas, flores e sementes que passam por um processo de desidratação, esqueletização e banho de ouro, até se tornarem anéis, brincos, colares e outros acessórios. Além do cuidado com a colheita dos materiais, a empresa também não aplica cádmio ou níquel em suas fabricações, pois, apesar de baratearem o custo, podem provocar alergias. “Estamos dentro das normas internacionais, o que é um benefício para os consumidores brasileiros e do exterior. Nossas joias são também hipoalergênicas”, reforça.
“O diferencial é que são peças exclusivas, porque na natureza nada se repete. Então, com isso, cada anel é um anel diferente, mesmo tendo a mesma matéria-prima, tendo o mesmo código, o mesmo valor. Ele na verdade é diferente do outro, porque são folhas diferentes, são únicas”, explica Isabel.
Sobre o Apexpod
Com o slogan “Na Apex você pode”, o ApexPod apresenta semanalmente novos episódios com histórias inspiradoras de empresárias e empresários brasileiros que, mesmo achando que era impossível, conquistaram o comércio exterior com o apoio da ApexBrasil. Cada episódio traz ainda informações relevantes sobre o universo da exportação com a participação de especialistas da ApexBrasil.
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