A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Softex realizaram, nesta quinta-feira (11/9), o evento de encerramento do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) no Distrito Federal. O encontro, realizado na Casa Thomas Jefferson, reuniu empresários, parceiros estratégicos e instituições para celebrar os resultados do ciclo iniciado em 2023, que qualificou 125 empresas da região para expandirem seus negócios no mercado internacional.
O convênio, que contou com investimento de aproximadamente R$ 1,8 milhão, contemplou empresas de setores variados, incluindo moda (15), alimentos, bebidas e agronegócios (14), metais preciosos e joalheria (14), tecnologia da informação (10) e produtos têxteis (8). Parte das participantes já iniciou operações internacionais, com destaque para exportações aos Estados Unidos, Portugal, Itália, Paraguai e Argentina.
“Estamos encerrando mais um ciclo do Programa de Qualificação para Exportação no Distrito Federal. O objetivo foi capacitar 125 empresas dos mais variados setores para entenderem o processo de exportação, desenvolverem seus planos e se prepararem para iniciar a trajetória no comércio internacional”, contou Clarissa Furtado, gerente de Competitividade da ApexBrasil. “Para nós, é sempre um motivo de celebração ver esse grupo pronto para começar e, mais do que isso, continuar contando com o apoio da ApexBrasil em todas as nossas iniciativas de promoção comercial”, completou.
Gabriela Santos da Silva, responsável pela área de Internacionalização da Softex, destacou o encerramento do ciclo como um momento de superação e resultados concretos. “Estar presente nesse evento de encerramento nada mais foi do que celebrar o sucesso de um ciclo que foi desafiador. Com certeza, capacitar 125 empresas nesse período de dois anos, focando no DF, não foi simples. Mas hoje estamos colhendo os frutos desse esforço. Tivemos a presença de empresas que compartilharam como aplicaram no dia a dia os conhecimentos adquiridos nas capacitações com os técnicos, e como a exportação deixou de ser um tema distante para se tornar parte prática da gestão do negócio”, afirmou.
“Agora, seguimos para os próximos passos, apoiando essas empresas na capacidade que elas conquistaram de continuar entregando, continuar exportando, sempre com o suporte dessa rede e do ecossistema do Distrito Federal”, completou Gabriela.
Durante o evento, foram apresentados casos de sucesso de empresas atendidas, como a Ekoa Life Sciences, a Bem Glória e a Yannah Tech. Instituições parceiras também marcaram presença, entre elas o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), os Correios, o Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (Ceciex) e a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
Para os empresários participantes, a experiência foi marcante. “A base do PEIEX nos fortaleceu para que tivéssemos segurança de chegar hoje no Paraguai, conhecendo nossos clientes e a regulação local, sem correr riscos de sermos prejudicados por terceiros. Então valeu muito a pena”, destacou Mauro Heringer, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da empresa brasiliense Ekoa Life Sciences.
Mauro conta que a Ekoa já nasceu com a visão de atingir mercados internacionais. “O Brasil começou, ao longo dessa última década, a ter a característica de desenvolvimento muito forte da biotecnologia, ou seja, na produção específica de bioinsumos que fazem hoje um controle de praga e uma nutrição vegetal em um nível que nos coloca em vanguarda internacional. A gente sempre pensou que também teria condição, pela capacidade de valor e pela segurança conquistada, de desenvolver produtos em indústria com nível farmacêutico. Temos capacidade de exportar o próprio insumo para países utilizarem em seus produtos finais. Então optamos por conhecer, por aprender, em vez de somente contratar uma empresa que fizesse essa exportação para a gente”, detalhou o diretor durante o evento.
Para a empresária Yannah Raslan Coelho, fundadora da Yannah Tech, a exportação deixou de ser um diferencial restrito às grandes empresas. “Exportação pode ser uma coisa para grandes empresas, mas é necessário cada vez mais que também seja uma política das pequenas. Por quê? Porque o mundo é globalizado, então a gente tem tendências que acontecem o tempo todo no mundo inteiro. Tem a mecanização, que o Brasil ainda resiste em adotar, até pelo investimento, que é muito alto. Só que, quando esse mundo é globalizado, o que acontece? Se eu não me posiciono da mesma forma que outros países, eu perco competitividade. A minha produção se torna mais cara, obsoleta, e isso impacta. E impacta também dentro do país, porque nós também importamos produtos. Então, é uma questão de posicionamento”, destacou.
Segundo Yannah, programas como o PEIEX ajudam pequenas empresas a se prepararem e compreenderem que exportar vai muito além do embarque de produtos. “Eu entendo muito o PEIEX como uma forma de entender o que outros países e empresas estão fazendo. E dizer: embora eu seja pequena, a exportação é para mim. O preparo de uma empresa é para todos. Exportar hoje não é um luxo e nem um sonho, é uma necessidade. E reforço: não é necessariamente conseguir colocar o produto lá fora, isso é a última etapa de um processo muito maior que acontece antes”, completou.
Já Cibele Regis, cofundadora da Bemglória Cosméticos Amazônicos, marca criada pela atriz Glória Pires, ressaltou que o PEIEX representou um avanço estratégico para o negócio. “Participamos do PEIEX em Brasília e foi extremamente importante para a elaboração dos nossos planos de negócio de exportação. O programa nos trouxe uma visão 360 de como construir um plano bem embasado e calcular corretamente nossos trade-offs. Estamos muito felizes e abertos a todas as novas possibilidades que a Apex nos tem apresentado”, afirmou.
Para ela, a principal contribuição foi ampliar a compreensão sobre o que significa exportar. “O mais importante foi entender que a exportação não é simplesmente uma meta de vendas. A exportação é uma decisão estratégica da empresa. É uma decisão que vai não só desafiar os nossos modelos internos, com uma questão de regulamentação que é extremamente importante, mas também exige escolhas estratégicas: para qual país eu vou, qual é o objetivo de estar no país, como estudar o comportamento do consumidor para fazer as adaptações adequadas e qual será o investimento necessário para que seja feito da forma correta”, disse Cibele Regis.
Exportação no DF
De acordo com o estudo Oportunidades de Exportação e Investimentos – Distrito Federal, realizado pela ApexBrasil em 2024, apenas 96 empresas do DF exportaram em 2023, e 85% das vendas externas se concentraram em carnes de aves, soja e óleos combustíveis. A Agência mapeou 2.043 oportunidades comerciais em 61 setores para produtos e serviços do DF, em destinos como América do Sul, Portugal e Estados Unidos.
Sobre o PEIEX
O PEIEX é oferecido pela ApexBrasil com o intuito de preparar as empresas brasileiras para iniciar o processo de exportação de forma planejada e segura. Implementado em todas as regiões do Brasil, ele é executado por meio de parcerias com instituições como Universidades, Parques Tecnológicos, Fundações de Amparo à Pesquisa, Federações da Indústria, Sebrae, dentre outros. Profissionais especialistas em comércio exterior orientam empresários nos caminhos mais adequados para conquistar o mercado externo.
