Apesar de abrigar a maior floresta tropical do mundo, Brasil responde por só 1% do comércio global de produtos compatíveis com a floresta, afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil

10/11/2025
Inteligência de mercado

Por: Comunicação ApexBrasil

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Apesar de abrigar a maior floresta tropical do mundo, Brasil responde por só 1% do comércio global de produtos compatíveis com a floresta, afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil
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Estudo da ApexBrasil destaca o potencial do comércio internacional de produtos florestais sustentáveis

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) está ampliando seu trabalho para fortalecer a biosocioeconomia amazônica, valorizando produtos compatíveis com a floresta e promovendo o desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas regionais. O estudo conecta a riqueza da Amazônia com oportunidades globais.

A agenda ganha ainda mais relevância no contexto da COP30, que neste ano acontece em Belém, uma iniciativa do governo do presidente Lula para colocar o Brasil no epicentro das discussões globais sobre sustentabilidade.

Para Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, a floresta também pode gerar renda e oportunidades. “A Apex está contribuindo com dados, estudos e estratégias para transformar produtos amazônicos em motores de uma nova economia — sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico”, comenta.

O estudo aponta que, entre os produtos com potencial de expansão no mercado internacional e compatíveis com o manejo sustentável, cinco se destacam pela importância econômica, ambiental e simbólica para a região: castanha-da-Amazônia, café, açaí, cacau e pescados. Juntos, eles formam um retrato da nova economia da floresta, que alia tradição, inovação e conservação.

Hoje, o mundo movimenta cerca de 300 bilhões de dólares em produtos compatíveis com a floresta. E o Brasil, que tem a maior floresta tropical do planeta, participa com apenas 1% desse total. Isso mostra o tamanho da oportunidade que temos. Se conseguirmos ampliar a presença dos nossos produtos da biosocioeconomia e da floresta, podemos transformar a realidade da Amazônia. Em vez de movimentar cerca de 300 milhões de dólares, poderíamos gerar mais de 2 bilhões de dólares aqui na região.
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil

Castanha-da-Amazônia: o alimento da floresta

A castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa) é um dos produtos mais emblemáticos da Amazônia. Além de seu alto valor nutricional e econômico, a castanheira é uma espécie-chave para a floresta, alimentando a fauna e sustentando modos de vida tradicionais há séculos.

Com árvores que podem viver mais de mil anos, a castanheira tem seu corte proibido por lei — uma conquista histórica para a conservação. No entanto, como lembra Jorge Viana, “ainda falta uma política de incentivo ao plantio de castanheiras. A regeneração natural é lenta e precisamos garantir que essa cadeia continue viva.”

Atualmente, o Brasil exporta cerca de US$ 20 milhões em castanha, um valor pequeno se comparado à Bolívia, que ultrapassa US$ 100 milhões. O desafio, segundo Viana, é agregar valor, ampliar o beneficiamento local e fortalecer cooperativas, como a Cooperacre, referência em industrialização sustentável do produto.

 

Café amazônico: produtividade com floresta em pé

Pouca gente sabe, mas o café entrou no Brasil pela Amazônia, em 1727. Quase 300 anos depois, a região volta a protagonizar uma nova fase com o café amazônico, desenvolvido pela Embrapa em Rondônia.

Essa variedade, adaptada ao clima tropical e altamente produtiva, representa uma oportunidade única para pequenos produtores e para a recuperação de áreas degradadas.

“O café amazônico é um produto compatível com a floresta, que pode ser 50 a 100 vezes mais rentável que a pecuária. Ele simboliza uma nova economia amazônica, que gera renda sem destruir”, destaca Viana.

Com exportações superiores a US$ 130 milhões, Rondônia e Acre lideram o avanço desse café, que alia tecnologia, sustentabilidade e alto potencial no mercado de cafés especiais.

 

Açaí: a riqueza da biosocioeconomia

De alimento tradicional das populações ribeirinhas ao status de superalimento global, o açaí (Euterpe oleracea) é o exemplo mais bem-sucedido de um produto compatível com a floresta. Presente em toda a Amazônia, o fruto movimenta cadeias produtivas que envolvem milhares de famílias, sobretudo no Pará e no Amapá.

Para Jorge Viana, o açaí é peça central na agenda climática: “Com a COP30 no Brasil, teremos recursos inéditos para restauração florestal e sistemas agroflorestais. O açaí precisa estar no centro dessas políticas.”

Além de ativo econômico, o açaí tem papel estratégico na recuperação de áreas degradadas e na consolidação de sistemas agroflorestais (SAFs), que combinam produção e conservação. O Brasil também avança em soluções tecnológicas e sanitárias para ampliar exportações e agregar valor.

 

Cacau: o símbolo nativo da Amazônia

Originário da floresta amazônica, o cacau (Theobroma cacao) é uma das bases da biosocioeconomia brasileira. Embora tenha se tornado símbolo da produção africana — com Costa do Marfim e Gana respondendo por cerca de 70% da produção mundial —, é na Amazônia que o fruto tem suas raízes genéticas e culturais.

Viana destaca que apenas 6% a 7% do valor do chocolate global permanece com os produtores de cacau, enquanto a maior parte é capturada por indústrias da Europa e dos Estados Unidos. “Isso precisa mudar. O produtor amazônico precisa ser melhor remunerado, e o Brasil tem que voltar a ocupar seu espaço como referência em cacau de origem”, defende.

Após décadas de retração causada pela vassoura-de-bruxa, o setor vive um renascimento, com o Brasil voltando a produzir centenas de milhares de toneladas e investindo em tecnologias de cultivo a pleno sol, inovação que pode revolucionar o setor e ampliar a produção nacional.

O cacau amazônico compõe sistemas agroflorestais junto com o açaí e a castanha, formando um tripé de sustentabilidade que une recomposição florestal e geração de renda local. “O cacau está vivendo uma nova fase: é cultura, é economia e é inclusão social”, resume Viana.

 

Peixes da Amazônia: riqueza das águas e da biosocioeconomia

A Amazônia detém 12% da água doce do planeta e um dos maiores potenciais pesqueiros do mundo. Com 4 mil quilômetros de rios navegáveis e 25% da biodiversidade global, a região é um berço natural de espécies e alimentos sustentáveis.

Para Jorge Viana, é hora de o Brasil transformar esse patrimônio em nova fronteira econômica de base sustentável: “Se temos 12% da água doce do planeta, precisamos manejar essa água para produzir proteína.”

Com espécies emblemáticas como pirarucu, tambaqui e tilápia, a piscicultura amazônica representa uma fonte estratégica de renda, alimentação e exportação, ainda pouco explorada.

A ApexBrasil apoia o avanço dessa cadeia, promovendo o pescado brasileiro em novos mercados e integrando projetos-modelo de manejo sustentável, especialmente na Bacia dos Solimões, onde comunidades extrativistas já lideram exemplos de sucesso.

“A piscicultura pode se tornar o maior ativo econômico da Amazônia, unindo conservação da água, produção de proteína e geração de renda local”, conclui Viana.

 

Uma nova economia de floresta

O trabalho da ApexBrasil com esses produtos exemplifica a visão de uma biosocioeconomia de floresta em pé, que une saber tradicional, inovação tecnológica e acesso a mercados internacionais.

Com a COP30 em Belém, o mundo volta seus olhos à Amazônia e o Brasil tem a oportunidade de mostrar que desenvolvimento e conservação podem caminhar juntos. “A floresta pode ser nossa maior fonte de riqueza e de equilíbrio climático. Cabe a nós transformar esse potencial em realidade”, finaliza Jorge Viana.

 

Assessoria de Comunicação

Fernanda Cornils – (61) 99845-1069

imprensa@apexbrasil.com.br

Tema: Promoção Comercial — Inteligência
Mercado: Não se aplica
Setor de Exportação: Alimentos, Bebidas e Agronegócios
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:
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