BIF 2022: crises globais devem levar resiliência às cadeias mundiais de valor das empresas, afirma presidente da Mondelez no Brasil

15/06/2022
Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!
BIF 2022: crises globais devem levar resiliência às cadeias mundiais de valor das empresas, afirma presidente da Mondelez no Brasil

Descrição da imagem: SAO PAULO, SP - 15.06.2022 - Forum de Investimentos Brasil 2022 - Mesa: Cadeias globais de valor - Na foto, Liel Miranda, presidente da Mondeles International. foto: Emiliano Capozoli/Apex Brasil

Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!

Primeira palestra do dia no Brasil Investment Forum (BIF) 2022 foi com Liel Miranda, que falou sobre sua experiência no enfrentamento de fenômenos inesperados

Processo fortemente impactado durante a pandemia de covid-19 e, mais recentemente, pelos conflitos no Leste Europeu, a cadeia produtiva teve de ser repensada por diversas empresas, principalmente as do setor de alimentos. Esse problema foi o assunto abordado na palestra Cadeias Globais de Valor, ministrada pelo presidente da Mondelez no Brasil, Liel Miranda, durante a programação do Brasil Investment Forum (BIF) 2022, nesta quarta-feira (15).

A multinacional, proprietária das marcas Lacta, Bis, Oreo, Club Social, entre outros produtos, depende de processos, como produção, fabricação e distribuição englobando diversos países. Por isso, a empresa precisou desenvolver saídas que resultassem em uma cadeia global de valor mais eficiente e, principalmente, resiliente. 

Miranda conta que nos últimos três anos nenhuma geração passou pelo que a atual está vivendo, forçando uma reação à crise sanitária, à guerra entre Ucrânia e Rússia e efeitos climáticos ao mesmo tempo, impactando fortemente a cadeia que envolve combustíveis e alimentação. Segundo o presidente da Mondelez, tudo isso provocou alteração sobre as máximas que antes existiam pelo menos na multinacional, o que era barato, deixou de ser barato e o que era eficiente, deixou de ser eficiente. 

"A gente já começa a enfrentar os impactos de mudanças ambientais em áreas produtoras que vão forçar que a gente desenvolva outras fontes de matéria-prima, que a gente desenvolva outras formas de produção para que possamos dar continuidade aos nossos produtos. É um momento quase único. Eu tenho 30 anos de carreira em empresas de consumo de massa e eu nunca experimentei nada parecido”, afirmou. Para Miranda, será necessário reinventar todas as cadeiras de valor enquanto se enfrenta outros fenômenos de escala global e de impactos históricos. “Isso tudo vai alterar a forma como a gente encara a produção, a importação e a exportação daqui para frente”, completou.  

De acordo com o presidente da Mondelez, se antes da pandemia as cadeias eram formadas para buscar a máxima eficiência, agora, é necessário agregar resiliência. Um exemplo é a manutenção e permanência de fornecedores de matéria-prima mesmo apesar das crises que ocorrem no mundo. Por isso, a Mondelez reage ao desafio criando os chamados “ecossistemas”, trabalhando com a cadeia produtiva como um todo, tornando o ambiente competitivo, eficiente e resiliente. Além disso, investe mais em digitalização e inovação. 

"Não vamos conseguir manter a eficiência e resiliência se não tivermos a mesma capacidade de trânsito de informações para conectar fornecedores, a Mondelez e os nossos clientes”, explicou. 

Competitividade 

A segunda sessão do dia no BIF 2022, moderada por Fabrizio Opertti, gerente de Integração e Comércio do BID, reuniu em um painel a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques; o presidente da Vestas América Latina, Eduardo Ricotta; o presidente dos Correios, Floriano Peixoto Vieira Neto; o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz; e o presidente de Unilever Brasil Industrial, João Francisco Ribeiro. Eles falaram sobre a competitividade brasileira ante as novas tendências globais de produção. 

Lucas e Daniella comentaram sobre as iniciativas colocadas em prática pelo Ministério da Economia para melhorar o ambiente de negócios no Brasil e, assim, atrair ainda mais investimentos. A secretária de Produtividade e Competitividade explicou que desde 2019 o governo está viabilizando medidas de controle de gastos e reformas fiscais para trazer mais confiança do mercado para o país. Citou a reforma da Previdência e seu impacto nas contas públicas, a Lei de Falências, Lei da Liberdade Econômica e marcos regulatórios como o do saneamento, ferrovias e das telecomunicações. Já Lucas Ferraz afirmou que o governo vem melhorando leis que se relacionam com o Comércio Exterior, como a adesão do acordo anticorrupção das Nações Unidas e a redução de tarifas do Mercosul e a desburocratização do setor. 

O presidente dos Correios falou sobre como a empresa está arraigada na cultura brasileira, estando presente em todos os 5.568 municípios do território. De acordo com Floriano Peixoto, os Correios têm se inserido como o principal parceiro de pequenos e médios empreendedores a fim de assegurar a competitividade do trabalho deles diante do cenário comercial. "Somos o maior operador logístico do hemisfério sul e, por isso, usamos a capacidade para ajudar os empreendedores onde eles se encontram na cadeia global de valor”, explicou. 

Os representantes das empresas Vestas e Unilever falaram sobre como atuam hoje no Brasil diante das novas tendências das cadeias de valor. Eduardo Ricotta, presidente da Vestas, empresa de energia renovável líder na produção de turbinas eólicas, explicou que os melhores ventos no mundo estão no Brasil, pois há ventos fortes, unidirecionais e com pouca turbulência, o que facilita a geração de energia. Já a produção offshore (no mar), segundo Ricotta, foi facilitada após decreto do governo federal publicado neste ano que cedeu espaços e permitiu a instalação de equipamentos de captação de ventos em alto-mar. 

O presidente da Unilever Brasil Industrial, João Francisco Ribeiro, contou como a empresa toma decisões de investimentos no país. Para ele, o Brasil possui características como disponibilidade de recursos (transporte, água, energia), além de mão-de-obra qualificada e engajada, o que acaba transformando a produção mais eficiente e sustentável. Ribeiro explicou que o Brasil possui habilidade de integrar a cadeia de fornecedores, tornando a distribuição e o fornecimento de matéria-prima ainda mais próximos. 

BIF 2022

O Brasil Investment Forum 2022 reúne no World Trade Center (WTC), até hoje (15/06), autoridades do setor público, representantes de bancos de desenvolvimento, executivos e CEOs de empresas globais para debater o ambiente de negócios brasileiro e as oportunidades existentes nos mais diversos setores da economia. Cerca de 600 pessoas acompanham presencialmente o evento, que também é transmitido ao vivo na plataforma online do BIF (www.brasilinvestmentforum.com).

O BIF é organizado pela ApexBrasil, pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério da Economia e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os painéis programados abordarão assuntos como a conjuntura econômica do Brasil e do mundo, tendências, competitividade e, claro, sessões que apresentarão o ambiente em setores como agronegócio, infraestrutura, energia, imobiliário, inovação e tecnologia da informação.

ApexBrasil

Atrair capital estrangeiro para o Brasil é uma das missões da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), principal organizadora do BIF. Em 2021, devido à pandemia, atuou mais fortemente no formato digital, diante de um cenário desafiador. Foram realizadas 52 ações on-line e presenciais em países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Portugal e Reino Unido, entre outros. No decorrer do ano, a Agência atuou na facilitação de 35 projetos de investimentos, com anúncios de, aproximadamente, US$ 13,8 bilhões.

A ApexBrasil, por meio de diversos programas, atua também para promover a imagem do Brasil no exterior e qualificar empresas nacionais que desejam começar a internacionalizar seus negócios. Para alcançar esses objetivos, realiza ações diversificadas de promoção comercial a fim de valorizar os produtos e serviços brasileiros.

Créditos da imagem: Emiliano Capozoli

Erro: