Segundo maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos são o principal mercado para a indústria de transformação e principal investidor direto no país
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) continua seu giro pelo globo, trazendo Perfis de Países, Blocos Econômicos e Continentes, além de informações mais detalhadas de grandes economias mundiais e suas relações comerciais com o Brasil. O foco dessa vez são os Estados Unidos da América (EUA): a maior economia do mundo e o segundo maior parceiro comercial do nosso país. O Perfil de Comércio e Investimentos – Estados Unidos detalha o comércio e os investimentos entre o país e o Brasil, além de apontar oportunidades para as exportações brasileiras e aspectos de acesso a mercado.
Conforme dados de janeiro de 2024, em 2023, a corrente de comércio bilateral totalizou US$ 74,9 bilhões, o que fez dos EUA, mais uma vez, o segundo principal parceiro comercial do Brasil. O país é ainda o segundo principal destino das exportações nacionais. No último ano, elas somaram US$ 36,9 bilhões, sendo os principais grupos exportados produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (13,1% de participação nas exportações), óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (12,6%) e aeronaves e outros equipamentos (5,4%). A análise da pauta exportadora mostra que as exportações brasileiras são diversificadas e que os EUA são o principal mercado para os produtos da indústria de transformação.
Os principais produtos importados neste ano foram motores e máquinas não elétricos (12,8%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos e carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (4,4%). Do lado das importações, a pauta também é bastante diversificada, com participação relevante de óleos de petróleo, tanto em suas formas refinadas quanto em óleos brutos, representando quase 17% do valor do fluxo, e motores e máquinas não elétricos e suas partes (12,8%).
Os EUA são o segundo principal fornecedor do Brasil, com 15,8% do mercado, ficando atrás apenas da China. As importações totalizaram US$ 38 bilhões. Os principais produtos importados neste ano foram motores e máquinas não elétricos (12,8%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos e carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (4,4%).
Oportunidades
De todo o universo de Projetos Setoriais da ApexBrasil, 31 têm os Estados Unidos como mercado prioritário. As oportunidades de negócios abrangem um grande universo de produtos e serviços, compreendendo alimentos, bebidas e agronegócios, casa e construção, economia criativa, máquinas e equipamentos, moda, saúde, serviços e TICs.
Acesso a mercado
Mesmo sendo o segundo principal destino de suas exportações, o Brasil tem apenas 1,2% de participação no mercado estadunidense, atrás de países com acordo comercial com os EUA, como México e Canadá. Estes países detêm, em conjunto, mais de ¼ do market share dos EUA, e a parcela de importações de países com acordos aumentou de 2021 a 2022 (de 33,7% a 35,6%).
Além da competição com os países com os quais os EUA têm acordos, outras questões importantes nas relações comerciais são a renovação do Sistema Geral de Preferências (SGP), programa que concede isenção tarifária a diversos países, inclusive o Brasil, e a aplicação de medidas de defesa comercial contra o Brasil. Atualmente, são 12 medidas em execução, a maioria recaindo sobre produtos dos capítulos 72 (ferro e aço), 73 (obras de ferro ou aço) e 76 (alumínio e suas obras) do Sistema Harmonizado (SH).
Investimentos
Segundo o World Investment Report 2023, publicação da UNCTAD, o estoque de investimento estrangeiro direto (IED) dos EUA no mundo diminuiu US$ 1,7 trilhão entre 2021 e 2022, com uma queda de 17,6%. No entanto, segundo os dados mais recentes do Bacen, em 2021 o estoque de IED dos EUA no Brasil cresceu US$ 67,6 bilhões em comparação a 2020, fechando o ano em US$ 206,2 bilhões, o que representa um aumento de 48%.
Os investimentos brasileiros também têm crescido nos EUA, e desde 2019 os Estados Unidos ocupam a 5ª posição entre os principais destinos de investimento do Brasil. Em 2021, segundo dados do Bacen, o estoque de IED brasileiro nos EUA foi, pela ótica do destino imediato, de US$ 33 bilhões, o segundo maior desde 2012. Entre os projetos de investimentos greenfield brasileiros mais recentes nos EUA, destacam-se os anúncios da abertura de uma fábrica da Braskem em La Porte, TX, em 2022, com estimativa de investimento de US$ 207 milhões e a criação de 600 empregos, assim como da abertura da sede regional do Bradesco em Ponce de Leon, FL, com investimento de US$ 66,2 milhões e criação de 200 empregos (estimados).
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