ApexBrasil e ITC lançam ferramenta para apoiar empresas lideradas por mulheres na jornada de exportação

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O SheTrades Brazil Hub vai ser sediado pela ApexBrasil e integrará o programa Mulheres e Negócios Internacionais. O Hub irá oferecer treinamentos, mentorias e ações de promoção comercial

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Centro de Comércio Internacional (ITC) lançaram nesta sexta-feira (25/10), em Brasília, a ferramenta SheTrades Brazil Hub, que pode ser acessada aqui. Trata-se de um centro de recursos que irá capacitar as empreendedoras com informações, habilidades e redes necessárias para aumentar sua participação no comércio internacional.

A ferramenta já existe em outros 18 países e, no Brasil, será hospedada pela ApexBrasil e integrará o programa Mulheres e Negócios Internacionais (MNI). O memorando de entendimento entre as organizações foi assinado pelo presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, pela diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, e pela diretora Executiva do ITC, Pamela Coke-Hamilton.

“A parceria com o ITC, para o estabelecimento do She Trades Hub no Brasil, é muito importante. A gente está se aliando ao organismo internacional que é referência em apoio à micro e pequenas empresas, que tem uma política de inclusão de gênero muito forte, muito bem estabelecida, e isso vai totalmente ao encontro do que a gente está fazendo no programa Mulheres e Negócios Internacionais”, afirmou Ana Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil. 

Ana Repezza classificou a parceira como “casamento perfeito” pela ampliação da participação das empresas brasileiras lideradas por mulheres no comércio mundial. “Tenho certeza de que, a partir dessa parceria, a gente vai conseguir oferecer ainda mais serviços para as mulheres que a gente atende, além de colocá-las em conexão com outras mulheres de outros países que também fazem parte do She Trades Hub e que vão querer fazer negócios com a gente”, destacou.

O objetivo do She Trades Hub no Brasil é qualificar empresas comandadas por mulheres por meio de atividades como treinamentos, mentorias e ações de promoção comercial e atração de investimentos estrangeiros. "Quando as empreendedoras exportam, tendem a ganhar mais, pagar mais, empregar mais pessoas e serem mais produtivas. Com o lançamento do nosso mais recente SheTrades Hub no maior país da América Latina, estamos animados para ver mais mulheres brasileiras terem sucesso no comércio, para que possam apoiar suas famílias e comunidades”, ressaltou Pamela Coke-Hamilton, diretora Executiva do ITC.

Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o acordo chega em um momento de transformação no país. Jorge Viana citou a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira que trata sobre o aumento no número de lares liderados por mulheres. De acordo com o levantamento, em 2022, 49,1% dos responsáveis por domicílios brasileiros eram mulheres, demonstrando crescimento com relação ao ano de 2010, quando 38,7% dos lares tinham liderança feminina. “Acho que isso tem que nos animar por um lado e nos desafiar por outro. Precisamos oferecer condições para que essas mulheres possam liderar seus negócios e escalar, exportar, ter liberdade financeira, liberdade de trabalho e qualidade de vida”, disse.

De acordo com estudo preparado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2023, apenas 14% das empresas exportadoras brasileiras têm maioria feminina entre os sócios.

O Hub brasileiro junta-se a uma rede global que abrange África, Ásia, América Latina e Caribe e o Oriente Médio. A iniciativa está alinhada aos esforços do Brasil para colocar o tema das mulheres no comércio internacional em destaque durante a presidência do G20 e incorporar capítulos sobre comércio e gênero nas negociações recentes de acordos comerciais.

 

Liderança feminina nos negócios

A ferramenta vai favorecer empresas como a de Solange Barbosa. A Rota da Liberdade é uma agência de turismo localizada em Taubaté (SP) e focada na valorização das comunidades negras tradicionais através dos roteiros turísticos. “Nosso esforço é justamente mostrar toda a potência da população negra, seja ela urbana ou rural. Mostramos e valorizamos a história e a presença negra na construção do país”, afirmou.

A empresária contou ainda que a agência atua para promover transformação social. “Nós também trabalhamos com mentoria para as comunidades negras tradicionais que desejam atuar no afroturismo e estamos integrando a criação de uma associação local de afroturismo. Além disso, trabalhamos, principalmente, na educação antirracista através dos nossos roteiros afrocentrados”, explicou Solange Barbosa.

Outra empresária que espera participar das ações do SheTrades Brazil Hub é a Iara Mendes, fundadora e CEO da Nanoterra, de Goiânia (GO). A empresa é uma startup da área de nanobiotecnologia, especializada em produtos e serviços para a cadeia de cosméticos.

“Produzimos matérias-primas para o desenvolvimento de cosméticos cruelty-free, veganos e sustentáveis”, conta Iara Mendes, acrescentando que a startup trabalha com a valorização da biodiversidade local. “Nossa proposta é valorizar o cerrado brasileiro por estarmos localizados justamente no coração do país”. A Nanoterra está em processo de prospecção internacional para iniciar a exportação e, no próximo mês, vai participar da Missão WebSummit Lisboa 2024, organizada pela ApexBrasil, Ministério das Relações Exteriores (MRE), Embaixada Brasileira em Lisboa e SEBRAE. 

SheTrades Outlook

Durante o evento em Brasília, o ITC e o MDIC realizaram workshop para destacar boas práticas e identificar áreas prioritárias para melhorias relacionadas aos negócios liderados por mulheres no Brasil. Os debates tiveram como base a recente pesquisa SheTrades Outlook do ITC, realizada a partir de dados de 23 instituições públicas e privadas no país.

Financiado pelo Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, por meio do Programa SheTrades Commonwealth+, o SheTrades Outlook mapeia o ambiente político dos países – com base em 55 indicadores de políticas e na coleta e análise de dados desagregados por gênero – com o objetivo de promover a participação das mulheres nos negócios e no comércio internacional.

Segundo o levantamento, o Brasil apresenta avanços em áreas como: 

  • ·Promoção do empreendedorismo feminino por meio Agenda Transversal de Mulheres 2024–2027 e da Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino (Estratégia Elas Empreendem) e do fornecimento de serviços de apoio ao iniciar uma empresa;
  • Promoção da participação das mulheres no comércio internacional por meio de capacitação e oportunidades de networking com programas como Elas Exportam;
  • Estabelecimento de balcões de ajuda e informação sobre requisitos de exportação/importação; e
  • Disponibilização de recursos financeiros formais e instrumentos financeiros de apoio a oportunidades empresariais.

Entre as áreas que o Brasil pode avançar, de acordo com o estudo, estão:

  • Incorporação de questões de igualdade de gênero em acordos comerciais;
  • Adoção de uma definição formal de empresa de propriedade de mulheres alinhada com a definição internacionalmente reconhecida e especificada pela ISO;
  • Adoção de compras públicas sensíveis a gênero com o objetivo de promover uma maior participação das mulheres no mercado de compras; e
  • Oferecimento de incentivos para aumentar a participação de mulheres em programas de capacitação.

O SheTrades Outlook mapeia o ambiente político dos países – com base em 55 indicadores políticos e na coleta e análise de dados desagregados por gênero – para promover a participação das mulheres nos negócios e no comércio exterior.

“É sempre importante que tenhamos estudos robustos e concretos para tomada de decisão em qualquer política pública. O SheTrades Outlook veio para unir forças com outro estudo lançado pelo MDIC no ano passado, no qual descobrimos que, no Brasil, só 14% das empresas que exportam são lideradas por mulheres. Esse novo estudo corrobora o levantamento que fizemos e amplia a visão para trazer dados mais concretos e desagregados por gênero no comércio. Tudo isso é muito importante para qualquer decisão que a gente venha a tomar de política pública”, ressaltou Aline Damasceno, secretária-executiva adjunta do MDIC.

Informações detalhadas sobre os resultados no Brasil podem ser encontradas aqui.

Sobre o programa Mulheres e Negócios Internacionais (MNI)

Criado pela ApexBrasil em junho de 2023, o programa Mulheres e Negócios Internacionais (MNI) é uma iniciativa que inspira, promove, qualifica, apoia e potencializa as exportações de empresas com liderança feminina. No total, 1.500 empresas já foram impactadas diretamente pelo MNI.

O programa possui ações exclusivas, destinadas apenas a empresas de liderança feminina, e ações inclusivas, voltadas ao público geral, porém, com incentivos para a participação destas empresas. Todas as ações têm como objetivo fazer com que as participantes possam começar a exportar ou exportem ainda mais, por meio de cursos, rodadas de negócios e outras oportunidades.

No início de outubro, o MNI venceu o prêmio internacional WTPO Awards 2024 – Excellence in Export Development Initiatives, concedido pelo ITC, na categoria “Melhor iniciativa que garante a inclusão e sustentabilidade de um negócio”. Em março deste ano, o programa também recebeu o prêmio de Boas Práticas do Movimento Elas Lideram 2030, concedido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

Sobre o ITC

O Centro de Comércio Internacional é a agência conjunta da Organização Mundial do Comércio (OMC) e das Organização das Nações Unidas (ONU), que auxilia pequenas e médias empresas em economias em desenvolvimento e de transição a se tornarem mais competitivas nos mercados globais. As iniciativas do ITC buscam contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável dentro dos marcos da agenda Aid-for-Trade e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Sobre a Iniciativa SheTrades do ITC

A iniciativa SheTrades, realizada pelo ITC, reúne stakeholders em todo o ecossistema comercial e empresarial para criar as condições adequadas para que cada mulher, em qualquer lugar, realize seu pleno potencial econômico. A iniciativa oferece às empreendedoras e produtoras acesso a conhecimentos, recursos e redes essenciais, apoia formuladores de políticas em reformas inclusivas e aproveita parcerias públicas e privadas para amplificar o impacto de seu trabalho. 

Tema: Não se aplica
Mercado: Não se aplica
Setor de Exportação: Não se aplica
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

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