Uma nova e ampla pesquisa vai ajudar a compreender com profundidade e impulsionar o setor de artes visuais no Brasil. Fruto da parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) e a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), a 7ª edição da Pesquisa Setorial acontece dentro das ações do Projeto Latitude e é coordenada pela Act.
A pesquisa tem como objetivo principal mapear e analisar o funcionamento das galerias de arte contemporânea no país e busca entender os diversos aspectos que influenciam o seu desenvolvimento, desde questões econômicas e financeiras até fatores relacionados à produção artística e ao comportamento dos consumidores.
Os dados serão coletados junto às galerias para reunir informações valiosas sobre o volume de negócios, as tendências de mercado, o perfil dos compradores, as estratégias de comercialização, obstáculos para participação em eventos nacionais e internacionais e as perspectivas de crescimento do setor. Computadas de forma sigilosa, as informações serão essenciais para orientar políticas públicas, estratégias empresariais e investimentos no mercado de arte contemporânea.
Além disso, a pesquisa vai desempenhar um papel crucial na promoção da profissionalização e da credibilidade do setor de arte brasileiro. A partir de dados confiáveis e atualizados, ela contribuirá para aumentar a transparência e a confiança entre os diversos atores envolvidos no setor, incluindo galeristas, artistas, colecionadores, investidores, instituições públicas e privadas.
“A pandemia da Covid-19 prejudicou muito o setor no que diz respeito à atualização de dados do mercado, não à toa a última pesquisa foi realizada em 2018. Esses dados são essenciais para a tomada de decisões de agentes – desde artistas até galerias e feiras e o déficit dessas informações se faz ainda mais crítico quando falamos de planejamento estratégico, profissionalização do setor e da internacionalização de atividades", afirma Victoria Zuffo, presidente da ABACT.
A última pesquisa realizada pelo setor ocorreu antes da pandemia global que afetou todos os setores econômicos e muito fortemente a área cultural. O relatório final, a ser publicado até o fim do ano, fornecerá dados confiáveis, análises estratégicas transparentes, insights para estratégias de negócios das galerias e promoverá o diálogo e a representatividade do setor de artes visuais do Brasil. Os novos indicadores permitirão uma maior compreensão da realidade atual das galerias e desse setor nacional em um momento em que as artes visuais brasileiras têm atraído bastante atenção no exterior.
Quem participa?
Todas as galerias brasileiras, associadas ou não à ABACT, estão convidadas a participar da pesquisa setorial. O processo será realizado com total confidencialidade e garantia de sigilo sobre os dados coletados. O levantamento também prevê uma pesquisa qualitativa envolvendo demais agentes-chave do mercado, como casas de leilão, feiras de arte, transportadoras, curadores e consultores.
Arte brasileira no foco do mundo
O Brasil tem alcançado destaque internacional, tendo seus artistas, galerias e curadores no foco de interesse de museus, feiras e colecionadores do mundo todo. Adriano Pedrosa, curador-chefe do MASP (Museu de Arte de São Paulo), é o curador geral da atual edição da Bienal de Veneza. Os curadores do pavilhão nacional são três artistas de etnias indígenas e a homenageada da Bienal, Anna Maria Maiolino, é também uma artista brasileira.O projeto Latitude, da ApexBrasil, recebeu em abril, através do programa Art Immersion Trip durante a SP-Arte, dez curadores internacionais de países como Estados Unidos, China, Reino Unido e Espanha interessados nos artistas brasileiros e em suas vozes plurais.A parceria entre a ABACT e a ApexBrasil fortalece ainda mais a expansão, consolidação e profissionalização do setor de artes visuais, permitindo uma abordagem mais ampla e integrada para entender e promover o mercado de arte contemporânea brasileiro tanto no cenário nacional quanto internacional.
Sobre a ABACT
A ABACT - Associação Brasileira de Arte Contemporânea, é uma entidade sem fins lucrativos que representa cerca de 60 galerias de arte contemporânea no Brasil e promove ações de profissionalização e incentivo à desburocratização do setor, além de ações educativas e de conexão entre os agentes de mercado nacional e internacional. Nos últimos anos, o protagonismo da ABACT nas ações de internacionalização das galerias brasileiras se deu de forma mais intensa através do Projeto Latitude, desenvolvido em parceria com a ApexBrasil, com canais de comunicação e cronograma próprios de atuação.
Sobre a ApexBrasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial, como missões prospectivas, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. A agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil, com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.
Sobre o Projeto Latitude
Hoje chamado de Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad, o programa de promoção internacional do setor brasileiro de arte contemporânea foi criado em 2007 pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em parceria com a Fundação Bienal de São Paulo e o segmento de galerias de arte nacionais do mercado primário. Desde 2011, é administrado e operacionalizado pela ABACT (Associação Brasileira de Arte Contemporânea) em parceria com a ApexBrasil. Seu objetivo é o crescimento das exportações do setor, atendendo as galerias brasileiras em seus diferentes níveis de internacionalização, introduzindo as iniciantes de forma profissional em mercados consolidados e ajudando galerias mais experientes a manter e ampliar seus mercados.
