Estudo traz dados macroeconômicos, além de tendências e análises de comércio e investimentos entre a maior economia da América Latina e a segunda da Ásia
Entre os dias 4 e 6 de novembro, Tóquio recebe o Encontro dos Secoms, Sectecs e Adidos Agrícolas, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Ministério das Relações Exteriores, para debater as tendências de comércio e investimentos do Brasil com o Leste Asiático. A missão brasileira ao Japão inclui também encontro bilateral entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Keidanren, sua contraparte japonesa. Nesse contexto, a ApexBrasil lança o Mapa Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Japão, elaborado em parceria com a Japan External Trade Organization (JETRO) e a Embaixada do Brasil em Tóquio.
Segundo o presidente da Agência, Jorge Viana, “olhar para a relação nipo-brasileira exige uma visão promissora de futuro, com um parceiro que é referência em tecnologia, qualidade e inovação. Esperamos que este estudo seja um instrumento da mais alta relevância para a contínua formulação de estratégias e tomada de decisões de negócios entre o Brasil e Japão. Seguindo as diretrizes de política externa do governo Lula, esperamos contribuir efetivamente para a ampliação das relações bilaterais e ao aprofundamento dos laços de amizade entre os povos dos dois países”.
Comércio bilateral e oportunidades
O Japão foi o 9º principal parceiro comercial do Brasil em 2023, quando a corrente de comércio bilateral chegou a US$ 11,7 bilhões, o que representa 2% do valor de todos os bens transacionados pelo Brasil no último ano. As exportações brasileiras registraram US$ 6,6 bilhões, com destaque para as vendas de minério de ferro, carnes de aves, café não torrado, milho e alumínio. De modo similar ao que ocorre com a pauta brasileira exportadora para os países asiáticos, existe a necessidade de diversificação, uma vez que nossas exportações para o Japão são, principalmente, de commodities ou bens semimanufaturados.
Para contribuir com essa diversificação, a ApexBrasil identifica oportunidades em mais de 300 produtos no mercado japonês. Confira:
- Matérias em bruto, não comestíveis, exceto combustíveis (destaques: minérios de ferro, soja, madeira, e resíduos de platina)
- Produtos alimentícios e animais vivos (destaques: milho, carne suína, café verde, farelos de soja, açúcares e melaços, e frutas)
- Máquinas e equipamentos de transporte (destaques: caldeiras, turbinas à vapor, partes de turbinas, compressores, e outras partes para motores)
- Artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material (destaques: aviões, partes de motores de pistão, resíduos e sucata elétrica e eletrônica, e automóveis)
“Para além dos dados de comércio e da identificação de 300 oportunidades comerciais, que somam US$ 63,1 bilhões em possíveis exportações, o Mapa Bilateral Brasil-Japão traz ainda uma análise completa dos investimentos bilaterais e aponta que há muito espaço para incremento dos fluxos de investimentos entre os países. Podemos observar parte desse movimento por meio dos projetos greenfield japoneses anunciados no Brasil, entre 2019 e 2023, que somaram mais de US$ 3 bilhões, gerando potencialmente mais de 11 mil empregos”, comentou o gerente de Inteligência da ApexBrasil, Igor Celeste.
Investimentos
Brasil e Japão mantêm uma relação estratégica no campo de investimentos bilaterais, consolidada pela presença significativa de investimentos estrangeiros diretos (IED) entre os dois países. O Japão, uma das principais origens de IED globalmente, detém quase 5% do estoque mundial de capital no exterior, o que representa quase seis vezes o estoque de IED do Brasil em outros países. Jà como destino de IED ,em 2023, o Brasil atraiu cerca de 5% do fluxo mundial de IED, enquanto o Japão foi responsável por 1,6%, posicionando os dois países nas 5ª e 19ª posições, respectivamente, como destinos de investimentos estrangeiros.
Em 2022, o Japão controlava cerca de US$ 29,5 bilhões em investimentos no Brasil, distribuídos principalmente nas indústrias de transformação, setor financeiro e comércio. Empresas japonesas de grande porte, como Honda, Toyota e Panasonic, têm forte presença no país, com investimentos significativos em setores como automotivo, químicos e eletroeletrônicos. Por outro lado, empresas brasileiras também expandiram operações no Japão, com destaque para projetos greenfield da Unicesumar e lojas das marcas Natura e Colcci, totalizando US$ 21,9 milhões entre 2019 e 2023. Esse intercâmbio reforça a importância do Brasil e do Japão como parceiros estratégicos no cenário econômico global.
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