Estudo da ApexBrasil destaca também nova estratégia de empresas chinesas produtoras de veículos elétricos
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou, nessa segunda-feira (17/02) o Perfil de Comércio e Investimentos China 2025, estudo que detalha a relação econômica e as oportunidades de negócios entre os dois países. O levantamento aponta que a China manteve sua posição como principal investidor asiático no Brasil, com um estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de US$ 45,3 bilhões em 2023, um crescimento de 22,1% em relação a 2022.Com o resultado, a China se posiciona como 9º maior investidor no Brasil, conforme dados oficiais do Banco Central do Brasil.
Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), esse número pode ser ainda maior, na ordem estimada de US$ 73 bilhões, o que tornaria a China o quinto maior investidor no Brasil em termos de estoque total, atrás apenas de Estados Unidos, Países Baixos, França e Espanha, respectivamente. Desde 2021, o volume de investimentos chineses no país vem registrando recordes anuais. Entre 2014 e 2024, foram anunciados 137 projetos de investimento greenfield com capital chinês no Brasil, totalizando US$ 10,6 bilhões. Os investimentos se concentram nos setores de energia, infraestrutura e indústria automotiva.
Comércio bilateral e exportações brasileiras
A China foi o principal destino das exportações brasileiras em 2024, respondendo por 28% do valor total exportado e por 41,4% do superávit comercial do Brasil. O Brasil se consolidou como o maior fornecedor de soja, carne bovina, celulose, açúcar e carnes de aves para o mercado chinês. No entanto, as exportações seguem concentradas em commodities, com soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representando 75,6% do total exportado. O estudo sublinha a necessidade de diversificação e aumento do valor agregado das exportações para a China.
A ApexBrasil identificou 400 oportunidades para ampliar as exportações brasileiras no país asiático, incluindo produtos como aço, cobre, trigo, café, máquinas, equipamentos e medicamentos. Outro estudo da Agência também aponta potencial em cidades chinesas de nível 2, menos exploradas por exportadores brasileiros.
Importações e nova estratégia do setor automotivo chinês
Em 2024, a China foi a maior fornecedora do Brasil, representando 24,2% das importações totais de bens, quatro vezes a participação registrada em 2004. Entre os produtos mais importados estão veículos elétricos e híbridos, equipamentos de telecomunicações e máquinas industriais.
As tensões comerciais nos mercados da Europa e dos EUA têm suscitado a busca por diversificação na estratégia de expansão global das montadoras chinesas, que têm buscado internacionalizar sua produção. A partir de 2025, montadoras chinesas BYD e GWM iniciarão a fabricação de veículos elétricos e híbridos no Brasil, em Camaçari (BA) e Iracemápolis (SP), respectivamente, com incentivo do Programa Mover, o que tende a reduzir as importações brasileiras desses produtos.
Quer saber mais sobre oportunidades, tendências de comércio, questões de acesso a mercado? O Perfil de Comércio e Investimentos China 2025 está disponível para consulta gratuita no site da ApexBrasil.