Parceiro do Brasil no BRICS, a Rússia é origem importante de combustíveis e fertilizantes na pauta importadora brasileira
Na semana em que ocorre a 16ª Cúpula do Brics, que acontecerá em Kazan, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lança o Perfil de Comércio e Investimentos Rússia. Importante parceiro comercial brasileiro, a Rússia se destaca como origem de insumos para o agronegócio nacional. Além dos dados sobre o comércio e os investimentos entre Brasil e Rússia, essa edição traz análises baseadas na visão do Escritório da ApexBrasil em Moscou, com informações mais detalhadas sobre o contexto atual, especialmente sobre os impactos do conflito na Ucrânia no comércio exterior.
Relações comerciais Brasil-Rússia
Em 2023, a Rússia foi a 11ª maior economia mundial. Membro fundador dos BRICs ao lado do Brasil, o país ocupa um lugar de destaque no comércio exterior brasileiro, como o quinto maior fornecedor do Brasil e o terceiro principal entre os países europeus e asiáticos. As exportações brasileiras para a Rússia somaram US$ 1,3 bilhão no último ano, com uma pauta concentrada em produtos como soja, carne bovina, café não torrado e amendoins. No caso deste último, do valor total exportado pelo Brasil, 27% correspondem ao valor importado pela Rússia.
Oportunidades
O Mapa de Oportunidades da ApexBrasil identificou 231 oportunidades comerciais para o Brasil no mercado russo. Os setores com maior potencial incluem:
- Máquinas e equipamentos de transporte (como motores de pistão e peças automotivas);
- Produtos alimentícios (com destaque para carnes comestíveis, farelo de soja, alimentos para animais e frutas);
- Materiais em bruto (resíduos de metais de base, celulose);
- Produtos químicos (como medicamentos e polímeros de etileno).
A Agência possui quatro projetos setoriais com foco na Rússia. No setor de Alimentos, Bebidas e Agronegócios e na área da saúde. Confira aqui.
Acesso ao mercado russo
A abertura do mercado russo para produtos brasileiros tem sido facilitada por tarifas reduzidas em setores estratégicos. Dos cinco principais produtos exportados pelo Brasil para a Rússia, três possuem tarifa de 0%, favorecendo as operações comerciais. Contudo, as restrições impostas pela guerra têm causado dificuldades logísticas, especialmente no transporte de containers, limitando a importação de alguns itens para a Rússia.
A pauta importadora brasileira da Rússia apresenta forte concentração, uma vez que os dois principais grupos de produtos (óleos combustíveis de petróleo e adubos e fertilizantes) importados pelo brasil representam quase 90% das importações. Vale pontuar a relevância do mercado russo para o mercado brasileiro no que diz respeito ao segundo grupo, adubos e fertilizantes, em que o Brasil é o principal importador mundial desse grupo.
Investimentos russos no Brasil
O cenário de investimentos russos no Brasil tem sofrido uma retração nos últimos anos. Segundo o Banco Central, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) do país no Brasil teve um a queda significativa, registrando uma mínima histórica de
US$ 6,5 milhões em 2021, possivelmente devido à pandemia de Covid-19 e ao conflito com a Ucrânia.
Quer saber mais sobre o comércio e os investimentos bilaterais? Acesse o Perfil de Comércio e Investimentos Rússia.
BRICS
Entre os dias 22 e 24 de outubro, o presidente Lula participa da 16ª Cúpula do Brics, que acontecerá em Kazan. Esta será a primeira cúpula do Brics com a participação dos cinco novos membros que ingressaram no bloco neste ano: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. Confira os estudos da ApexBrasil sobre esses parceiros.