Fiocruz quer o apoio da ApexBrasil para ampliar sua internacionalização, com grande foco no Sul Global

Fiocruz quer o apoio da ApexBrasil para ampliar sua internacionalização, com grande foco no Sul Global

Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!

A meta para 2024 e 2025 é que as exportações de vacinas sejam de 20% do total da produção da Fiocruz. Um novo complexo de biotecnologia está sendo erguido em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quintuplicando a capacidade de atender os mercados internacionais.

Reafirmando o papel do Brasil na saúde global, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a secular Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, discutiram, em reunião histórica, metas de exportação de mais vacinas, medicamentos  e kits-diagnóstico para países da África e da América Latina, especialmente no Mercosul, uma vez que o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já é válido nos países do bloco. 

Pela ApexBrasil, estiveram presentes no encontro, ocorrido na última quarta-feira (17), o gerente do gabinete da diretoria de Negócios André Queiroz; o gerente de Inteligência de Mercado, Igor Celeste; a coordenadora de Indústria e Serviços, Mariele Christ; a coordenadora de Competitividade, Rafaella Paulinelli, e a analista de Investimentos, Débora Hanna. Pela Fiocruz, participaram o assessor técnico da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde, Jorge Costa; o diretor da Farmanguinhos, Jorge Mendonça, e sua equipe; o vice-diretor de Gestão e Mercado da Fundação, Artur Roberto Couto; a coordenadora de Relacionamentos Institucionais, Denise Lobo; e a analista de Exportação, Beatriz Ribeiro.

A expectativa é que as exportações respondam por pelo menos 20% da produção total da Fiocruz, incluindo vacinas, medicamentos e kits para diagnóstico – o portfólio da Fiocruz hoje possui 55 diferentes produtos. Para auxiliar na escolha de mercados-alvo, considerando o mercado público, a ideia é realizar uma priorização de mercados com o apoio da equipe de Inteligência da ApexBrasil, fazendo uso das metodologias e bases de dados - econômicas, setoriais, de comércio internacional e de investimentos diretos - da Agência. O objetivo é auxiliar na definição de países-alvo da Fiocruz não somente para exportação, como também para a formação de parcerias tecnológicas.

Além disso, a Fundação avalia integrar uma missão da ApexBrasil no Egito e em Angola, com foco no setor de saúde, para aprofundar o conhecimento das normas regulatórias de importação daqueles países. A atividade será conduzida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ainda, visando apoiar a cooperação na exportação de medicamentos, Farmanguinhos demonstrou interesse em participar do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da ApexBrasil, que oferece atendimento individualizado para quem deseja exportar de modo planejado e seguro.

Além de reuniões institucionais com as equipes da Bio-Manguinhos, unidade de produção de vacinas, e de Farmanguinhos, responsável pela produção de medicamentos, a equipe da Agência teve a oportunidade de conhecer as instalações de ambas as unidades, incluindo seus prédios históricos. As possibilidades de parceria discutidas durante o encontro devem resultar em um instrumento de cooperação entre Fiocruz e ApexBrasil.

Expansão da capacidade produtiva

A Fiocruz exporta vacinas por meio de licitações com agências internacionais como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Pretende, agora, aumentar o volume exportado e vender também outros produtos do seu portfólio, contribuindo para transformar a saúde em um ativo da diplomacia brasileira. Isso será possível porque a Fundação está em processo de expansão da sua planta produtiva, com a construção de um Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS) na região de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Com uma área construída de 343 mil m², esse é um marco nas iniciativas estratégicas do Ministério da Saúde. 

Dessa forma, a capacidade produtiva da Fundação irá quintuplicar, o que ampliará as possibilidades de atender a demandas do mercado internacional. Será o maior centro de produção de produtos biológicos da América Latina e um dos mais modernos do mundo. O valor a ser investido é de cerca de R$ 5 bilhões e se dará em uma modalidade considerada inovadora no âmbito do governo federal, chamada "built to suit". Por este modelo, o financiamento será privado, pago por Bio-Manguinhos na forma de aluguel, com reversão do patrimônio no prazo de 15 anos. 

Desde 2001, o Brasil é fornecedor internacional da vacina de febre amarela, vendida atualmente para mais de 70 países endêmicos. Desde 2007, exporta também a vacina contra meningite meningocócica. Ambas são produzidas pela Fiocruz, que entregou, apenas em 2023, 16 milhões de doses a 30 países. Em 2022, foi incluída ao portfólio de exportação brasileiro a vacina contra a influenza (gripe), por meio do Instituto Butantan, também público. 

Brasil, África e vacinas

Fiocruz e ApexBrasil já têm se aproximado por meio de outras iniciativas de cooperação internacional. A Fundação integrou a delegação brasileira no Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, que foi realizado pela ApexBrasil em Bogotá no último dia 17 de abril e contou com a presença do presidente Lula. A instituição também participou do Encontro dos Setores de Promoção Comercial (SECOMs) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTECs) do Ministério das Relações Exteriores e dos adidos agrícolas da América Central, Caribe e México, em outubro do ano passado, na Cidade do Panamá.  

Ainda em 2023, no mês de junho, ApexBrasil e Fiocruz começaram a discutir possibilidades de cooperação no campo da saúde visando o apoio ao continente africano, cujas 54 nações somam hoje 1,4 bilhão de pessoas. A Fiocruz, como uma instituição estratégica do Estado brasileiro na produção de vacinas, medicamentos e outros insumos, tem condições de apoiar e operar a estratégia do governo na cooperação com países africanos, conforme orientação do Presidente Lula. 

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, tem destacado que um dos objetivos da Agência é retomar as relações comerciais e diplomáticas do país com o continente africano. Viana foi no ano passado a Johannesburgo, na África do Sul, junto com os ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e da Agricultura e Pecuária, para plantar as sementes da nova estratégia de aproximação do Brasil com a África. 

No caso das vacinas produzidas pela Fiocruz, as cerca de 190 milhões de doses já exportadas permitiram o controle de surtos no Cinturão da Meningite, na África, e de uma epidemia de febre amarela que se iniciou em Angola e chegou até a República Democrática do Congo, em 2016. Pelo Instituto Butantan, foram mais de sete milhões de doses comercializadas – das quais as 5,3 milhões fornecidas em 2023 equivalem à metade da demanda da Opas para o produto.

Sobre a Fiocruz

Criado em 1900 como uma iniciativa pioneira no país, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) diversificou suas ações e hoje constitui um complexo que gera conhecimento, produtos e serviços na área biomédica para atender às necessidades da saúde da população brasileira. O nome da organização é uma homenagem ao médico sanitarista Oswaldo Cruz.

Tema: Inteligência — Expansão Internacional
Mercado: América do Sul — América do Norte — África — América Central e Caribe
Setor de Exportação: Saúde
Setor de Investimento: Outros
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

Exclusivo para usuários logados

Para acessar este conteúdo é necessário informar o tipo de Audiência

CNPJ inválido
Nome da empresa inválido
Por que solicitamos o CNPJ e o nome da Empresa?
Erro: